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sexta-feira, 28 de dezembro de 2012

7 perguntas sobre carreira para responder até o dia 31

Talita Abrantes
O ano, enfim, está dando seus suspiros finais. Salvo a correria típica da época, vale a pena reservar um tempo para avaliar os dias que se passaram e projetar novas etapas para os que virão - principalmente tendo em vista sua trajetória profissional. Tendo em vista isso,  EXAME.com consultou especialistas de carreira e listou os questionamentos essenciais para avaliar seu ano. Confira:
Você foi protagonista da sua história em 2012 ou se deixou levar pelas circunstâncias?
É fato que nem tudo está sob o seu controle na vida. Mas, em alguma medida, é essencial ser o criador e motivador de algumas das mudanças e situações que você vive. Em termos de carreira, é este tipo de atitude que separa as pessoas que crescem das que ficam estagnadas profissionalmente. Por isso, em uma escala de 0 a 10, os fatos da sua trajetória profissional em 2012 foram fruto de decisões suas ou foram impostos por outros? Se a nota for inferior a 6, atenção. “Se concluir que não foi protagonista, já tem um problema para 2013”, afirma Caroline Pfeiffer, diretora de vendas e marketing da LLH|DBM.
Você deu alguns passos em direção aos seus planos de longo prazo?
O que se vive profissionalmente nos 365 ou 366 dias de um ano devem estar inseridos no contexto daquilo que se planeja para dali cinco, dez e, quem sabe, até 20 anos. Por isso, Caroline aconselha uma análise sobre o quanto o que você fez em todos os dias úteis de 2012 te encaminharam para suas metas de longo prazo, ou não.
 “Um ano é muito pouco. Se a gente não fizer o que estava previsto para 2012, dificilmente chegaremos ao que queremos em 2020”, diz a especialista. Portanto, se a resposta for nula, avalie se você se deixou sufocar pelas atividades diárias ou permitiu que outros conduzissem sua carreira – em vez de você.
Você cumpriu suas metas?
Um meio para responder a pergunta anterior é, antes, se questionar sobre se tirou (ou não) do papel as resoluções que tinha se proposto no início do ano. “Veja se conseguiu atingir as metas em dois sentidos: a performance em si em sua área ou função e seu desenvolvimento pessoal”, afirma João Marcelo Furlam diretor-executivo da Enora Leaders.
Um meio para responder a segunda questão, segundo o especialista, é perguntar para pessoas que convivem com você e que podem opinar sobre suas mudanças de comportamento.
Seu nível de exposição dentro da organização mudou neste ano?
 “O potencial de crescimento em si é muito baseado também nos relacionamentos que temos dentro da organização”, diz Furlam, da Enora Leaders. Por isso, avalie o quanto sua rede de relacionamentos cresceu neste ano em termos qualitativos. “Não é como a lista do Facebook. O que importa é como estão os vínculos que vão conduzir ao seu crescimento”, diz o especialista.
Diante do que viveu este ano, é preciso ajustar as metas de longo prazo?
Apesar de importantes, metas e planos não podem ser vistos como leis estanques. Antes, devem estar sujeitos a revisões periódicas – feitas à luz das mudanças ocorridas na carreira e na vida. Por isso, “reveja 2012 olhando para 2020”, brinca Caroline. Faça uma lista das mudanças de percursos do ano que está para dar seus suspiros finais e, quando necessário, reveja seus planos vindouros.
Quais foram seus principais ganhos e fracassos em 2012?
Nos últimos 366 dias, quais as principais conquistas para a sua carreira? O que você aprendeu? Que hábitos ruins conseguiu mudar? Por outro lado, em que aspectos você retrocedeu ou falhou? O que é preciso mudar para o próximo ano?
Você quer continuar neste caminho?
 “A gente precisa repactuar o compromisso com a empresa que estamos, com o estilo de vida que temos”, diz Caroline. Se alguma coisa não está em sintonia, a dica é avaliar se vale a pena continuar investindo as fichas neste caminho.
Fonte: Exame.com 

sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

2012: Dever cumprido.


Mais um ano passou,
Trouxe novas experiências;
Novos relacionamentos e perspectivas;
Nos preparando para o que virá.

Em 2013 seremos mais...
Seremos bons profissionais, bons parceiros;
Seremos os melhores, desde que saibamos lidar com o novo e
Compartilhar com o próximo.

Feliz Natal e muitas realizações no Novo Ano.
Este é o nosso desejo para você - Profissional de Sucesso.

Equipe CGEs


quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

Exposição em redes sociais pode contribuir ou prejudicar vida profissional?


Por Adan Soares

A rede social é “a mocinha” ou a “vilã” da sua vida profissional? Em um cenário no qual os internautas estão cada vez mais preocupados com a sua imagem no mundo virtual, a tendência é de que ela seja uma grande aliada. Isso porque a exposição, antes pessoal, passa a dar lugar a uma vertente mais profissional. Segundo pesquisa da F-Secure, empresa de soluções de segurança para o espaço digital, 86% dos brasileiros se preocupam com dados pessoais em sites de relacionamento e 43% consideram estar “perdendo o controle” sobre informações compartilhadas nessas redes.

Outros dados apontam que 81% dos brasileiros têm receio em relação a quem acessa suas fotos e vídeos e 75% dos participantes preocupam-se com o backup das suas informações. Para o diretor-presidente da Webconsult, Leornado Bortoletto, a mudança de comportamento é justificada pela percepção dos usuários com relação ao poder que cada informação tem para transformar para o bem ou para o mal a vida pessoal, e, principalmente, profissional de cada um. Por isso, a recorrente dica de pensar antes de postar fotos e comentários em qualquer espaço virtual volta à cena.

Bortoletto comenta que ao optar pela circulação de seu currículo via internet (como no LinkedIn, por exemplo), o candidato fica vulnerável a ser submetido a uma segunda etapa na qual as empresas costumam humanizar e confirmar as informações dadas por meio de redes sociais. “Ao fazer um currículo às pessoas são mais tendenciosas, então é comum o cruzamento de informações daquilo que a pessoa escreve em seu currículo com o que é dito e feito por ela na internet para checar a veracidade das informações”, diz.

Fotos, vídeos e comentários são verificados pelas empresas de recrutamento e seleção, mas também pelos próprios colegas do círculo de trabalho. A principal dica para quem é usuário de redes sociais é para que se relacione e se posicione diante de assuntos pertinentes ao seu dia a dia, mas com ponderação.

Para fazer uso de forma sadia, o primeiro passo é definir o objetivo para o qual vai se expor em uma rede social, se vai utilizá-la para fins pessoais ou profissionais. O segundo é sempre filtrar as informações antes de publicá-las. “O problema não é a rede, e sim a falta de bom senso de algumas pessoas que usam as redes sem tomar ciência do alcance das informações”, pondera Bortoletto.

Indicação

Como profissional de recursos humanos, João de Avelar Andrade, coordenador do curso de tecnologia em gestão de recursos humanos do Centro Universitário Newton Paiva, observa mudança muito rápida na indicação de pessoas para o mercado de trabalho. “Antes ela acontecia por carta de recomendação ou por meio de contatos do dia a dia. Mas estamos vendo essa indicação migrar para as redes sociais”, afirma. Algumas empresas, diz, têm uma pessoa especificamente para fazer busca nas redes sociais de candidatos e empregados, como LinkedIn, Facebook e Twitter.

A consultora de recursos humanos Sara Rios alerta que são necessários cuidados com as informações divulgadas na rede. “Elas compõem o perfil, caráter e valores da pessoa. Tudo isso é avaliado”, diz. “É preciso cuidado com o que você curte”, completa Hegel Botinha, diretor comercial do grupo Selpe.

Ele afirma que já presenciou caso em que um executivo perdeu uma vaga porque divulgou na rede que gostava de esportes radicais. “Como a oportunidade era para empresa de seguros, eles acharam que não era recomendado contratar a pessoa com esse perfil”, diz Botinha.

Sem separação Com as redes sociais funcionando como uma extensão da vida real da pessoa é difícil separá-la do mundo profissional, avalia Thiago Miqueri, diretor da Plan B Comunicação, empresa da área digital. “Você não consegue reunir 400 amigos na mesa de boteco para discutir sobre política. É uma oportunidade de se posicionar, pois sua opinião é amplificada”, observa. Para ele, cada profissão tem um grau de importância nesse ambiente. “Os publicitários, por exemplo, aproveitam para saber quais iniciativas estão influenciando sua rede.”

Outras profissões também têm as redes sociais como aliadas, avalia Andrade. “Muitos movimentos sociais começam pelas redes. Se um policial está acompanhando as tendências nas redes sociais, pode conseguir neutralizar muitas ações”, afirma Andrade. No caso dos professores, diz, há um retorno maior do que está ocorrendo no ambiente acadêmico. “E para os profissionais de moda, as comunidades sugerem o que está em alta no gosto do público”, avalia. A sua principal dica para o profissional que está na rede é a seguinte: “Não faça na rede social o que não faria no mundo real”.

Atenção para excessos

Na contramão do comportamento da maioria dos usuários está o consultor em gestão de negócios Michel Souza, que desde que criou perfis no Facebook, Twitter, Thumblr e LinkedIn optou por dar um tratamento menos pessoal às ferramentas. “Não adiciono parentes e evito adicionar colegas de trabalho porque não acho interessante perder posicionamento diante dessas pessoas”, explica. “Não deixo de postar o que quero, mas penso duas vezes antes de emitir minha opinião sobre qualquer assunto”, acrescenta. Michel comenta que o perfil mais interessante é daquele se expressa utilizando informações relevantes sobre a sua área de atuação.

Um dos bons exemplos da rede é o da professora universitária Vânia Myrrha, que usa o Facebook, o Twitter, um blog e o LinkedIn para se relacionar com seus alunos. Nada formal Vânia mantém a mesma postura nas redes, mas “sem confundir as coisas”. Na internet, compartilha conteúdo extra de suas aulas, manda recados para alunos e até recebe trabalhos acadêmicos, mas tudo sem deixar a amizade de lado. “Não é porque sou professora que preciso ser sisuda, dá para manter uma boa relação com eles”, garante. “Posto fotos pessoais, mas tudo com moderação”, completa. Para a professora, o ideal é que as pessoas consigam utilizar todas as potencialidades da ferramenta sem se exceder e aproveitando as oportunidades de relacionamento e profissionais que surgem do contato virtual.

Já a médica Melissa Machado Viana é adepta de várias redes sociais: LinkedIn, Facebook, Twitter e Research Gate. Ela é especializada em genética e conta que as redes são usadas tanto para a parte profissional quanto pessoal. “Na minha área é preciso ter muito contato para saber o que está acontecendo de novo”, afirma.

segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

Redes sociais no ambiente corporativo


Por Cíntia Bortotto

Muita gente me questiona quanto ao uso das redes sociais no ambiente de trabalho. Este é um assunto polêmico que vem invadindo discussões dos gestores e das equipes de RH e TI das empresas. Afinal, devemos permitir ou não?
Considerar a permissão pode ser algo bastante positivo. Digo isso principalmente por dois motivos. Com os smartphones, as pessoas acessam e-mails, redes sociais, quer a empresa deixe, quer não, pois os celulares estão ali, à disposição. Então, impedir neste contexto, é até alimentar uma ilusão de que eles não serão utilizados.
O segundo motivo, e talvez mais importante, é que eu acredito que nesta era da informação e do conhecimento, a conectividade e o acesso às redes de relacionamentos pode trazer ideias, relações, enfim, benefícios indiretos para as empresas.
Quando falamos em construir imagem, de fazer benchmarketing, as redes sociais ajudam muito. Quando falamos em rede de relacionamento para conseguir informações e divulgar da maneira certa, as redes sociais têm ainda mais alcance.
O mercado ainda é muito conservador, ou seja, temos grande número de empresas e gestores que não permitem, ou não se sentem confortáveis com a utilização. Mas, aos poucos, mesmos as empresas tradicionais têm dado mais abertura até para poder lidar e atrair a geração ‘Y’, e em breve à ‘Z’.
As desvantagens ainda estão na esfera do controle. Isso porque muitos gestores querem exercer controle alto e, às vezes, até extremo, sobre seus colaboradores, não gerindo pelos resultados, e sim pelas atividades. Para esses gestores em geral, é um absurdo e até antiético fazer uso das redes no horário de trabalho. Nesse caso, sugiro uma conversa. Conscientize seu colaborador a respeito de abusos, afinal, um dos papéis de um líder é orientar.
Se você pertence ao grupo que usa rede social no trabalho ou do grupo que permite utilizar, preste atenção aos seguintes detalhes:
  • Jamais fale mal da empresa ou de pessoas da empresa, além de falta de educação pode prejudicar sua carreira;
  • Não poste ou compartilhe mensagens que podem depor contra você, por exemplo, ‘não gosto de trabalhar…. ’, ‘odeio chefe…’. Isso não é adequado;
  • Siga a política da empresa quando for tocar no nome da instituição para evitar problemas. Lembre-se de que tudo deve ser feito da maneira adequada.
Se você utiliza rede social no trabalho ou é gestor de quem utiliza, olhe com bons olhos para essa prática, tire o melhor que ela tem, permita-a sem abusar, seguindo a etiqueta organizacional. Você se dará bem! Siga confiante e boa sorte!

sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

Medo de listar seu ex-chefe nas referências? Saiba o que fazer.

Geralmente, ex-chefes são as referências mais procuradas por empregadores. Você citaria o seu na entrevista de emprego? Se não, saiba o que fazer.
Fonte: Clipart
Se você não teve uma boa convivência com seu antigo chefe, colocá-lo como referência de trabalho pode ser uma decisão delicada. "É especialmente complicado porque, geralmente, ex-chefes são as referências mais procuradas por empregadores”, revela o presidente da empresa Posti & Associates, Chris Posti.
Ele ainda afirma que, se você não der seu ex-chefe como uma referência, vai causar uma desconfiança no recrutador, ao menos se não der uma explicação bem convincente. Levando em conta a importância da etapa em um processo seletivo, é ainda mais difícil dar qualquer passo sobre o assunto.
Se você não tem certeza se deve listar o ex-chefe entre suas referências, o site CareerBuilder reuniu especialistas para discutir o assunto.
Confira
Conhecendo a política da empresa em que trabalhou, você pode saber se ela dá importância às referências ou não. Às vezes, os superiores falam sobre o tempo em que você trabalhou quais funções realizadas, mas não cita sua qualidade como profissional, explica a gerente de operações da Attorney Resource Inc., Ann Dunkin. “Por outro lado, se você já ouviu o seu ex-chefe dar uma referência negativa, é definitivamente uma boa ideia riscá-lo da lista”.
Tenha uma conversa final
Mesmo que não seja “cara a cara”, falar com seu ex-patrão antes de colocá-lo entre as referências pode esclarecer essa questão. "Comece a conversa dizendo que você entende os desacordos entre ambos, mas não era pessoal, apenas objetivava o melhor para a empresa”, disse Posti. Ele afirma que uma conversa final pode aumentar os pontos com o gestor e que o fato de você não ter uma boa relação com ele não significa que esteja despreparado para o futuro cargo. “Lembre-se: mesmo se você não teve um bom desempenho no emprego antigo, você ainda tem outra oportunidade de mostrar sua capacidade”.
Encontre um substituto
Algumas empresas exigem as referências de seu último empregador. Mas, até mesmo aquelas que não peçam essa informação, ter alguém que possa fornecer panoramas sobre o seu trabalho cria uma sensação de transparência entre o profissional e o recrutador. Isso aumenta suas chances, em relação aos concorrentes.
Para Dunkin, você pode contornar a situação, caso seu ex-gestor não tenha as melhores impressões sobre você. Como? Pedindo aos outros gestores da empresa, que tenham maior proximidade. “Verifique se há alguém que possa falar bem sobre o seu trabalho. Talvez eles estejam dispostos a serem suas referências”.
Forneça outras referências importantes
Se você realmente não pode usar o seu chefe como uma referência ou algum dos superiores da empresa anterior, saiba que outras referências têm o mesmo valor e que podem indicar você como um ótimo candidato. “Coloque outras referências notáveis, tanto que o recrutador nem sentirá falta do seu último ex-chefe”, sugere Posti.
Já que a maioria das empresas pede duas ou três referências, esta solução simples pode ajudá-lo a driblar algumas pedras no caminho e esquecer - de vez - seu gerente anterior.

quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

Monitorar redes sociais vira profissão


Por Rômulo Martins

Saiba o que faz, onde atua e qual o perfil dos profissionais que trabalham com mídias sociais.
Thiago Novais passa o dia no Orkut, Twitter, Facebook. Este é seu trabalho. Ele é estagiário de redes sociais. As empresas passaram a ficar de olho nas redes desde que perceberam o impacto da livre circulação de suas marcas na internet. Começaram a monitorar o que os usuários falavam a respeito delas. Surge assim o profissional de mídias sociais.
Atualmente, o trabalho deste profissional vai além de desvendar o que pensa o seu cliente. “Elabora-se conteúdo, porque é a partir dele que nos relacionamos com o público. Ao mesmo tempo, monitora-se o posicionamento dos perfis corporativos na internet”, explica Vivian Vianna, gerente de redes sociais da Media Factory.

Raio-X do profissional de mídias sociais

O que faz
Estuda o público, planeja e desenvolve campanhas, elabora conteúdo, divulga produtos, serviços ou marcas, gera relacionamento com o cliente por meio das redes. Monitora o que o público diz a respeito da empresa, responde dúvidas e críticas, mensura resultados (ranking dos perfis organizacionais na internet).

Onde atua
Empresas públicas, privadas e organizações não governamentais de qualquer ramo. Em regime CLT ou como prestadores de serviço (Pessoa Jurídica).

Plataformas de relacionamento
O profissional da área elabora conteúdo para o Orkut, Twitter, Facebook, Youtube, Linkedin, Flickr etc. Normalmente, as empresas geram relacionamento nas redes mais populares. A definição da mídia depende do perfil organizacional e do cliente.

Formação
Grosso modo, quem trabalha com mídia social é formado em Comunicação ou áreas afins - Marketing, Jornalismo, Publicidade, Relações Públicas. Contudo, profissionais de diversas áreas podem atuar na função. Não há graduação em redes sociais, mas algumas universidades vêm realizando cursos de especialização na área.

Competências
Domínio da comunicação escrita. Bom relacionamento interpessoal: o engajamento e a transparência nas relações são fundamentais. Proatividade. Visão estratégica. Conhecimento nas áreas de comunicação e marketing; em tecnologias específicas, internet e suas ferramentas. O profissional de redes sociais deve ficar de olho nas tendências. Seu perfil pessoal na internet é seu portfólio.

Salário inicial
R$ 1,5 mil.

Fontes do Autor: André Telles, CEO (executivo-chefe) da Mentes Digitais, autor de “A revolução das mídias sociais” (M. Books, 2010); Vivian Vianna, gerente de redes sociais da Media Factory.

segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

Vale o que está escrito


Maurício Oliveira

Como enfrentar os testes de grafologia, cada vez mais usados nas contratações.

Provavelmente é ingênua a ideia de que a simples análise da letra manuscrita possa fornecer indícios de virtudes e defeitos de uma pessoa. Ainda assim, a grafologia deixou de ser encarada como esoterismo nos departamentos de recursos humanos de grandes empresas. Pessoas que influenciam fortemente na contratação de profissionais, trainees ou estagiários acreditam nela. Por essa razão, vale a pena entender do que se trata. Pesquisa recém-concluída pela consultoria internacional Deloitte Touche Tohmatsu, uma das mais respeitadas no país, revelou que a análise da grafia já é adotada como critério de seleção de pessoal por uma entre cada três companhias instaladas no Brasil. "A adesão cresceu mais de 50% do ano passado para cá, índice muito superior ao constatado em outros meios de seleção, como a entrevista pessoal, os testes práticos ou a dinâmica de grupo", conta a responsável pelo levantamento, Cleide Nakashima, consultora de gestão de capital humano. Realizado com 130 empresas, o estudo mostrou que a grafologia está sendo aplicada em todos os níveis da hierarquia, mas, sobretudo nos cargos médios.

Embora costume trazer diagnósticos incisivos – e polêmicos – sobre as aptidões do candidato, o laudo grafológico é tido como ferramenta complementar, cujo teor deve ser avaliado em conjunto com os outros métodos adotados pela companhia. Em nenhuma dessas empresas, é claro, a grafologia aparece como principal instrumento para escolher os candidatos a uma vaga. O grafólogo avalia com minúcia uma série de aspectos da escrita, como a inclinação das letras, a distância entre as palavras ou o cuidado com a pontuação. O desenho de cada letra também é levado em conta. A forma como a pessoa corta o "t", por exemplo, suscita várias interpretações, baseadas na largura e na inclinação da barra e na altura em relação à haste. "Um texto manuscrito contém uma incrível riqueza de informações para quem consegue interpretá-las", diz o administrador carioca Reinaldo Faissal, professor do MBA da Fundação Getúlio Vargas cuja dissertação de mestrado defende a utilização da grafologia em seleção de pessoal.

De maneira geral, a análise da grafia é feita com base em um texto pedido ao candidato com esse fim específico. Ele recebe uma folha sem pauta, tamanho ofício, com a tarefa de escrever cerca de vinte linhas sobre um assunto livre ou um tema indicado, em geral relacionado ao ambiente corporativo ou à trajetória pessoal. É proibido fazer rascunho. "Dificilmente deixamos de perceber quando a pessoa tenta escrever de uma forma que não é espontânea", assegura à grafóloga Luciana Boschi, autora do recém-lançado livro A Personalidade Através da Escrita. Psicóloga com pós-graduação em administração de empresas, ela é constantemente procurada por firmas para aplicar o teste da escrita em processos de contratação. O critério já está incorporado em companhias de vários setores, como Telefônica, Ponto Frio, Siemens, Golden Cross, Peugeot, Porto Seguro, Pão de Açúcar e a farmacêutica Merck Sharp & Dohme.

Na seguradora Porto Seguro, a avaliação da grafia é aplicada para cerca de 80% dos candidatos e foi ampliada também para as formas internas de seleção, que identificam os funcionários com potencial de crescimento. "A credibilidade do método se construiu no cotidiano, já que fomos percebendo uma grande margem de acerto", diz Mirian Mesquita, coordenadora de recursos humanos. Na Merck Sharp & Dohme, nenhum processo de seleção é feito sem essa avaliação. "Os laudos costumam trazer à tona aspectos da personalidade que não são percebidos na entrevista", sustenta a gerente de RH, Maria Isabel Paiva. No Pão de Açúcar, a grafologia começou a ser adotada timidamente em 1994 na escolha de trainees, com resistência da própria diretora de recursos humanos, Maria Aparecida Fonseca. "A primeira sensação é de ceticismo, mas depois se percebe a seriedade", lembra Maria Aparecida. Hoje, por determinação dela, oito componentes da equipe já fizeram cursos de grafologia, e a análise da letra passou a ser adotada não apenas no processo final de seleção, mas até na triagem dos currículos que chegam à companhia.

Montagem com foto de Pedro Rubens