Por Fabíola Lago, community manager do Monster Brasil.
Ora, quem não sabe o que é experiência profissional? Você poderia me questionar. Mas vou te contar um segredo: a maioria das pessoas não sabe descrever sua experiência profissional no currículo, o que muitas vezes é um prejuízo imenso para uma possibilidade de emprego. Existe uma grande confusão entre o tempo que ficou em cada empresa, o cargo e o que realmente fez.
Então vamos fazer como Aristóteles: começar do início! O que é uma experiência? Entendamos a origem dessa palavra, a sua etimologia: “experiência” vem do Latim “experientia”, o conhecimento obtido através de tentativas repetidas, de “experiri”, “testar”, formado por EX-, “fora”, mais “peritus”, “testado, com conhecimento”. Sacou?
Significa que em um currículo, dentro do desafio de não ultrapassar duas páginas, você tenha que escrever o que experienciou, viveu, foi desafiado, aprendeu e fez a diferença em sua carga de conhecimento em determinada área.
Logo, não basta o tempo cronológico, por exemplo: Analista de sistema na empresa Misto Quente de 2009 a 2011. Sim, seu tempo de casa vai indicar que você conhece bem a rotina desse trabalho, mas o que você fez nesses dois anos, de diferencial, é que mostrará, de fato, sua experiência nessa expertise.
Quando fazemos nossa Oficina de Currículos, sempre enfatizamos a importância do bloco de “Principais Realizações”. É lá que você vai destacar, em primeira pessoa, o que você experienciou. Onde você superou desafios, criou soluções inovadoras, participou de projetos que fizeram diferença.
Se você coordenou equipes ou projetos, mas seu cargo não era de coordenador, não tem a menor importância. O que importa para quem está analisando seu currículo é o que você é capaz de fazer, dentro de suas atribuições e especialmente, aquelas em que você foi além.
Sempre que atendo algum jovem ou até pessoas mais experientes para fazer o currículo, converso muito, quero saber tudo o que ela já fez. Ouço sem pressa, vou só especulando. Aí gosto de olhar em seus olhos e dizer, “mas me conta, onde é que você arrasou?”. Sempre rola um sorrisão e a pessoa me conta algo incrível que já fez. E que não colocou nem a sombra dessa experiência no currículo. “Coloca, uai”, costumo brincar.
Fazer um bom currículo exige esse desprendimento de si mesmo, deixar a timidez de lado para julgar seus próprios feitos. Não, não é fácil. E tem que redigir bem para sintetizar em cinco ou seis linhas esses grandes feitos.
Em geral, noto que somos muito modestos que o que fazemos. E, vejam bem, não se trata de fazer autoelogios, mas relatar, descrever, o que é capaz de fazer e mostrar essa experiência.
Nesse processo, de contar sua própria trajetória profissional, também observo que muitas vezes as pessoas só precisam de um empurrãozinho na autoestima. Não percebemos no dia-a-dia quantas dificuldades somos capazes de superar, quantas metas alcançamos e vamos deixando esses verdadeiros ganhos para trás na hora de nos apresentarmos nesse documento tão importante que é o currículo.
Embora atualizar o currículo? Mas faça desse momento um exercício carinhoso consigo mesmo. Vai descrevendo as coisas bacanas que você já fez seus sentimentos, sensações, o que te faz feliz. Tenho certeza que seu currículo será muito mais sedutor. E que certamente quem o contratar vai dar asas para esse talento todo que é só seu!
Fonte: ClickCarreira