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sexta-feira, 13 de setembro de 2013

Recrutadores revelam como se destacar em dinâmicas de grupo de vagas de comunicação


Edson Caldas*

Em grandes processos seletivos não há como escapar dela: a dinâmica de grupo. A partir do segundo semestre, diversas empresas — inclusive de comunicação — começam a escolher profissionais para ocupar novas vagas no ano seguinte. Em meio a uma vasta quantidade de currículos, recrutadores apostam nas etapas coletivas para fazer uma triagem inicial.
Crédito:Stock.XCHNG
Especialistas dão dicas de como ir bem em dinâmicas de grupo no processo seletivo

No entanto, a ideia não visa apenas otimizar tempo, mas também avaliar o candidato trabalhando em grupo. “A dinâmica permite que você o visualize na interação com os demais”, explica Iracema Dias de Araújo Andrade, diretora técnica da Viva Talentos. “Ela reproduz um pouco da situação que você tem no dia a dia de trabalho, na qual, em muitos momentos, você toma decisões em conjunto.”

As atividades costumam ser a primeira etapa presencial de processos seletivos de profissionais em início de carreira, como é o caso de estagiários e trainees. Ela permite que os recrutadores analisem competências, como grau de iniciativa do candidato, habilidade de lidar com prazos, relacionamento interpessoal, além da capacidade de conseguir direcionar tarefas propostas para um resultado satisfatório.

Apresente-se com naturalidade

Grande parte das dinâmicas possui uma etapa em que todos contam brevemente suas experiências — ela pode durar de dois a cinco minutos por integrante. Segundo profissionais de Recursos Humanos, é essencial que os candidatos garantam autenticidade na apresentação. 

 “Quando o estagiário é artificial, desempenhando um papel ou sendo performático e usa de uma postura que não é a dele, em algum momento vai se contradizer”, justifica Sonia Minelli, gerente RH da Editora Globo. De acordo com ela, existem candidatos que adotam um discurso pronto, o que pode ser negativo. “A gente percebe que aquilo não é natural, é algo que ele está forçando.”

Para a analista de recrutamento e seleção da Editora Escala Thais Bagatim, também não é recomendado que o candidato fale mal de empregos anteriores. “Acho muito chato quando a pessoa traz fatos negativos que ocorreram na empresa e expõe isso. Não é necessário”, esclarece. “É legal a pessoa ser sincera, mas quando ela traz isso de um jeito negativo, ficamos um pouco inseguros de contratar. Será que ela não vai ser um futuro problema para a gente também?”

Neste momento, o candidato deve explorar seu tempo expondo diferenciais de forma sucinta e frisando seu interesse pela vaga.

O que é avaliado

O candidato que participa de uma dinâmica tem de buscar ser ele mesmo, “não deve tentar mostrar alguma característica ou atitude que não é realmente sua, pois esta poderá ser esperada depois de contratado”, explica Roberta Pelosini, consultora da Cia de Talentos.

A experiência anterior em redação, no caso dos processos para o departamento editorial, é quase que fundamental segundo Thais. Aspectos como a afinidade com os temas abordados nas publicações também são decisivos. “Mas não é só isso. Nós também analisamos questões como comunicação, escrita, fala e matérias que ele já publicou”, diz.

Para Sonia Minelli, em primeiro lugar o candidato tem de mostrar que quer muito a vaga, que esta representa realmente um diferencial para ele. “Se ele tiver esses elementos e energia, estará dentro daquilo que estamos buscando”, afirma. “Buscamos pessoas que gostam do que fazem, motivadas e que venham aqui para fazer a diferença.”

Conheça a empresa

 “Nas dinâmicas de grupo realizadas pela Cia de Talentos, avaliamos as competências da empresa, ou seja, os comportamentos que o candidato deve ter para aquela vaga”, diz a consultora Roberta Pelosini. De acordo com ela, cada empresa tem um perfil comportamental diferente e, por isso, em cada dinâmica os candidatos são vistos com os “óculos” daquele contratante.

Surge daí a necessidade de uma pesquisa ostensiva acerca da vaga para qual o profissional está se candidatando, além dos valores, atuação da empresa e últimas notícias relacionadas à companhia para saber se esta se encaixa em seu perfil.

 “Muitas dinâmicas trabalham cases onde a temática principal tem a ver com o negócio da empresa e, conhecer um pouco sobre ela pode ajudar no desenvolver do trabalho e isso pode contar alguns pontos positivos para o candidato”, explica Roberta. “Infelizmente, muitos candidatos ainda não fazem esta pesquisa e deixam de aproveitar adequadamente estas oportunidades.”

Pró-ativo?

Ao contrário do que muitos candidatos acreditam, não é preciso falar e posicionar-se o tempo todo para fazer os olhos dos recrutadores brilharem. Afinal, o trabalho é grupo. O recomendado é dar uma contribuição consistente e buscar solucionar a tarefa em equipe.

 “É importante que você seja pró-ativo, só que com conteúdo”, diz Iracema. “Você pode ser uma pessoa que se coloca pontualmente, mas que entra com muito conteúdo e faz a diferença, dá um direcionamento ao trabalho no momento em que se posiciona.”

Temido traje

Embora empresas de comunicação tendam a ser menos formais, o adequado, seja na dinâmica ou em uma entrevista, é procurar vestir-se de forma discreta. “O ideal é que você garanta uma apresentação sem exageros”, recomenda Iracema. 

 “Em uma empresa de comunicação nós não exigimos, como em um banco, que tenha um traje mais formal. Porém, o que não aceitaríamos em uma dinâmica: bermuda, chinelo ou rasteirinha”, elenca Roberta. “É um ambiente profissional.”

* Com supervisão de Vanessa Gonçalves

Fonte: UOL

quarta-feira, 4 de setembro de 2013

O poder da voz


Samara Teixeira

Profissionalmente, a maneira como uma pessoa se expressa por meio de sua voz é essencial para a construção tanto de seu desempenho técnico como de um bom relacionamento interpessoal no ambiente de trabalho.
A voz é a matéria prima com a qual se molda pensamentos e sentimentos. Por meio da voz cada pessoa constrói quem é, assim como, grande parte da vida nos diversos agrupamentos a que pertence. A voz é capaz de alcançar distâncias espaciais e temporais que o corpo não tem como chegar. Ter um dia dedicado ao reconhecimento de seu valor é muito importante.

Segundo Cinthia Almeida, psicóloga, especialista em Terapia Cognitiva Comportamental e cantora, a voz de uma pessoa reflete sua personalidade, seus pensamentos, emoções e sentimentos. “Na área profissional, a voz expressa tudo o que na pessoa está envolvido com o trabalho que realiza: prazer ou desprazer, domínio ou insegurança em relação às tarefas e à própria escolha profissional, assertividade ou contestação, equilíbrio ou desequilíbrio emocional, senso de humor, flexibilidade ou rigidez cognitiva e emocional”, explica à psicóloga.

Quais cuidados devemos ter ao entoar um discurso?

Há dois principais componentes em um discurso: conteúdo e forma. O conteúdo são as ideias que se deseja transmitir no discurso. Já, a entonação diz respeito à forma, ao “como” se fala, ela representa a música da fala.
 “A entonação modula as tonalidades da voz de acordo com o conteúdo para transmitir as ideias de forma mais ampla, precisa e afetiva. É a entonação que deixa claro uma pergunta ou uma exclamação, ou se uma ideia está sendo destacada, propõe reflexão, desperta atenção, transmite segurança e constrói uma imagem para o ouvinte”, enfatiza a especialista.

O primeiro cuidado que se deve ter ao entoar um discurso é envolver-se intelectualmente e emocionalmente com o que se pretende falar. Dessa maneira, a voz seguirá o caminho correto. A partir disso, é necessário sintonizar com as pessoas para quem o discurso se dirige, assim como, o ambiente físico onde será realizado, “outro fator importante é ter em mente que a função principal do discurso é comunicar, tornar comum. E, para isso, é necessário se manter conectado com os ouvintes”, enfatiza Cinthia.

Ao tomar estes cuidados, o objetivo do discurso é atingido. “Quanto mais envolvimento se tiver com as ideias que se quer transmitir, mais verdadeiro e envolvente será o discurso”, conta a psicóloga.

Como trabalhar a voz para uma melhor oratória?

Existem inúmeras maneiras de melhorar a voz, cursos de oratória, terapias psicológicas e teatro, são alguns caminhos. O caminho escolhido dependerá da compreensão que a pessoa tiver a respeito da voz e da ação de falar em público. Poderá escolher trabalhos mais técnicos e voltados a desenvolver a forma ou caminhos que propiciem autoconhecimento e construção de seu talento.

De acordo com a Terapia Cognitiva Comportamental, desenvolvida por Aaron T. Beck, a maneira como se pensa determina as emoções e o comportamento. “A partir deste pressuposto aliado à compreensão da voz como extensão da pessoa, é fundamental que se identifique as crenças e pensamentos disfuncionais relativos à própria voz e às situações de exposição por meio da fala. E, simultaneamente, avaliar as características, qualidades e deficiências vocais apresentadas. Este tipo de trabalho tem como objetivo instrumentalizar a pessoa interessada em melhorar sua capacidade de oratória de forma que realize um trabalho consciente, amplo, aprofundado e duradouro”, explica Cinthia Almeida.

Os cuidados que devemos ter com a voz, segundo a especialista:

É comum que seja dado valor à voz especialmente nos momentos em que esta se encontra prejudicada, como durante uma gripe muito forte, após um período prolongado de tosse ou quando se perdeu a voz devido a abusos (gritos, cigarro, álcool e outras drogas).

Alguns cuidados são:

Dormir bem;

Ter uma alimentação equilibrada;

Ingerir água com frequência durante o dia. E quando estiver falando por muito tempo, ter água à disposição para dar pequenos goles, mantendo a hidratação do aparelho fonatório;

Procurar expressar, de alguma maneira, seus pensamentos e sentimentos (caso não seja possível falar, pode-se escrever, pintar, dançar, cantar);

Em especial, antes de uma situação em que vai trabalhar prolongadamente com a voz, pode-se comer maçã. Ajuda a “limpar” as pregas vocais, é um adstringente;

Evitar chocolate e outros derivados de leite, principalmente antes de uma apresentação, pois aumentam a produção de muco e podem provocar a necessidade de pigarrear;

Evitar gritar. Toda vez que se grita, as pregas vocais se chocam violentamente uma contra a outra e, com frequência, acabam desenvolvendo os chamados “calos”. Note que o grito invariavelmente é carregado emocionalmente, seja de emoções “positivas” (como o grito do torcedor de futebol) ou de emoções “negativas” (como raiva, indignação, tristeza profunda, etc.);

Ingerir alimentos líquidos ou sólidos em temperatura amena, nem muito quente nem muito fria. Evita-se choque térmico, produção excessiva de muco ou lesões;

Evite o quanto possível ambientes com ar condicionado. Caso seja inviável, procure se proteger ao menos das mudanças bruscas de temperatura por meio de agasalhos;

Use roupas confortáveis;

Procure respirar bem, permitindo que seu diafragma se movimente livremente.