Marcelo Ulisses
Esta
palavra que parece mágica e que é apresentada de diferentes formas em nossa
língua, separada, com acento e sem, remete profissionais a uma busca, que em
muitos casos não foi realizada anteriormente por causa de um antigo
paradigma: o Porquê.
Quando
as pessoas ocupam um cargo em nível operacional – seguindo o antigo modelo
organizacional cartesiano – recebem constantemente ordens para a execução de
tarefas que, pela limitação de informações, no inicio parecem bem lógicas e
transformam-se em paradigmas, em rotinas que são cumpridas sem nem mesmo que o
executor se interrogue sobre o porquê de ter que fazer aquilo. Neste momento o
sistema de retroalimentação da empresa, de interação com o mercado em constante
evolução e a necessidade de atualizar-se velozmente trava, ficando estagnada no
tempo e no espaço, pois não cresce em capital intelectual, pois não produz
capital estrutural, assim como não cresce financeiramente, pois não surgem
novas demandas, novas ofertas, ou mesmo planos. Podemos resumir: o processo de
criação foi prejudicado.
Em
uma certa ocasião, um amigo relatou que ao atuar como instrutor de treinamento
de uma cidade que não vem ao caso citar o nome, durante a fase de ambientação,
ele conheceu um senhor que todos os dias
no momento da chegada de cada carro ele dirigia-se a cada uma das rodas de
ferro com um pedaço de madeira dava uma pancada. Era uma paulada em cada,
pontualmente a cada trem que chegava. Vendo aquilo, o novo instrutor perguntou:
—
Por que o senhor dá estas pauladas nas rodas dos trens?
E
ele respondeu:
—
Esta é a minha função. Tenho que fazer isto em todos os trens.
E
o instrutor prosseguiu
—
Mas… por que o senhor tem que fazer isto?
—
O porquê eu não sei, tudo o que sei é que quando fui admitido substitui o
funcionário que disse pra eu dar estas pancadas em todas as rodas de todos os
trens, por que era assim que ele fazia todos os dias.
Percebemos
no exemplo acima um paradigma. Algo que é realizado há muito tempo, da mesma forma, por diversas pessoas, sem nem
mesmo saberem o propósito.
As
pancadas segundo este amigo, serviam para identificar se as rodas estavam
trincadas ou não, pois o metal trincado emitia um som diferente. Agora vamos
imaginar quantos trens passaram pelas mãos deste senhor com rodas trincadas,
sem identificação ou medida corretiva, sem contar com o risco.
Todo
profissional deve buscar desenvolver o interesse pela busca do conhecimento,
pois os benefícios, simplesmente pelo fato de buscar são inúmeros. O desenvolvimento
da visão holística, visão do todo, do sistema por completo, da empresa inteira,
dos objetivos, propósitos, de onde se partiu, o que fazer e onde se quer chegar
são pontos básicos para o inicio de uma carreira promissora. Em seu
planejamento estratégico as empresas definem visão, missão, valores, entre
outros elementos que são norteadores das ações a serem executadas e necessitam
que todos estejam imbuídos do mesmo objetivo para o alcance da visão. Para a
execução da missão são desenhado processo e sistemas e após isto surgem
paradigmas, coisas que são feitas sempre da mesma forma.
Buscar
a melhor forma de realizar cada tarefa não é apenas uma frase de efeito de
Taylor (The Beste Way) nem mesmo um sonho do processo de melhoria contínua
(kaizem), mas o ponto de partida para a empresa interessada em perpetuar-se e
dos profissionais interessados em tornar-se um dia membros de uma equipe que é
referência no que faz.
Busque
o porquê das coisas.
Pense
nisto!
Fonte:
Portal Carreira & Sucesso