Claudia Gasparini
Preocupados
em impressionar recrutadores,
muitos profissionais se esquecem de uma regra básica para a elaboração de currículos: menos é mais.
“Falta de
objetividade é um problema recorrente nos CVs”, afirma Rafael Souto, CEO da
consultoria Produtive. De um visual enfeitado demais a detalhes irrelevantes
sobre a sua trajetória, o excesso pode aparecer tanto na forma quanto no
conteúdo do documento.
Além de
atrapalhar a leitura, esses elementos podem depor contra o candidato. “Um
currículo cheio de firulas transmite a imagem de um profissional pouco
pragmático”, diz Fábio D’Ave, gerente de divisão da Robert Half.
Segundo
os especialistas, a melhor estratégia é ir direto ao ponto. Veja a seguir o que
pode, tranquilamente, ficar de fora do documento:
© Foto: Thinkstock/ adrian825 Currículo: informação demais atrapalha |
1.
Nostalgia
Não há problema em citar os empregos que você teve no passado, mas tudo tem limite. Souto recomenda que experiências ocorridas há mais de 10 anos sejam apresentadas de forma sucinta. “É bobagem usar o espaço do currículo para detalhar o que foi feito há tanto tempo”, diz.
Não há problema em citar os empregos que você teve no passado, mas tudo tem limite. Souto recomenda que experiências ocorridas há mais de 10 anos sejam apresentadas de forma sucinta. “É bobagem usar o espaço do currículo para detalhar o que foi feito há tanto tempo”, diz.
O mesmo
vale para a sua formação anterior à faculdade. Segundo D’Ave, citar o lugar
onde você cursou o ensino médio é aceitável, embora não obrigatório. Citar as
escolas que vieram antes disso é desnecessário.
2.
Tarefas operacionais
No campo de experiências profissionais, a descrição das atividades do dia a dia deve ser concisa. Se você trabalhou como gerente de vendas, por exemplo, não precisa dizer que enviava relatórios ou fazia reuniões periódicas com a equipe.
No campo de experiências profissionais, a descrição das atividades do dia a dia deve ser concisa. Se você trabalhou como gerente de vendas, por exemplo, não precisa dizer que enviava relatórios ou fazia reuniões periódicas com a equipe.
“Esse
tipo de informação é irrelevante, além de óbvia”, afirma Souto. Ele recomenda
usar apenas duas ou três linhas para descrever cada atividade desempenhada.
Além disso, é fundamental mencionar os resultados que você trouxe para cada
empresa por que passou.
3.
Autoelogios
Ágil, dedicado, perfeccionista, obstinado, incansável - é ingênuo pensar que adjetivos positivos sobre você mesmo no CV vão melhorar a sua imagem.
Ágil, dedicado, perfeccionista, obstinado, incansável - é ingênuo pensar que adjetivos positivos sobre você mesmo no CV vão melhorar a sua imagem.
“É um
recurso de péssimo gosto, que pode inclusive desestimular o recrutador a chamar
o candidato para uma entrevista”, diz Souto.
4.
Excesso de elementos visuais
Salvo algumas exceções, D'Ave não recomenda incluir fontes e cores diferentes, logos de empresas, fotos e outros elementos gráficos num currículo.
Salvo algumas exceções, D'Ave não recomenda incluir fontes e cores diferentes, logos de empresas, fotos e outros elementos gráficos num currículo.
“Só polui
a página, e dá a impressão de que o profissional está preocupado demais em
‘enfeitar o pavão', e não com o que realmente importa”, afirma.
5.
Informações adiantadas demais
Incluir a sua pretensão salarial no currículo é muito precipitado. De acordo com Souto, a remuneração deve ser discutida numa fase posterior, cara a cara com o recrutador.
Incluir a sua pretensão salarial no currículo é muito precipitado. De acordo com Souto, a remuneração deve ser discutida numa fase posterior, cara a cara com o recrutador.
Outro
erro é apresentar dados como número do RG ou anexar materiais como portfólio,
cartas e listas de referências. “Esses itens serão pedidos num momento mais
avançado do processo seletivo”, diz o CEO da Produtive. Além de dispensável,
esse excesso pode transmitir ansiedade em convencer o recrutador de que você
deve ser chamado.
6.
Conhecimentos superficiais
Você conhece um pouquinho de programação? Sabe falar o básico em italiano? Na opinião de D’Ave, é preciso ser criterioso antes de incluir esse tipo de informação entre as suas competências.
Você conhece um pouquinho de programação? Sabe falar o básico em italiano? Na opinião de D’Ave, é preciso ser criterioso antes de incluir esse tipo de informação entre as suas competências.
“Na maioria
das vezes, não é necessário mencionar um conhecimento superficial, ainda mais
se ele for irrelevante para a sua área ou para a vaga que está disputando”, diz
ele. “Falar ou não falar dá na mesma”.
7. Cursos
extracurriculares
Na tentativa de exibir os seus conhecimentos, você também pode exagerar no campo de cursos. Segundo Souto, é desnecessário mencionar aperfeiçoamentos e capacitações que não tenham relação com a sua área.
Na tentativa de exibir os seus conhecimentos, você também pode exagerar no campo de cursos. Segundo Souto, é desnecessário mencionar aperfeiçoamentos e capacitações que não tenham relação com a sua área.
E ele vai
além: mesmo que eles tenham a ver com a sua profissão, é bom ser econômico.
“Basta mencionar os cinco ou dez cursos que mais fizeram diferença para você”,
recomenda.
Fonte: Exame.com