Talita Abrantes
Se
o corpo fala em um bate papo, nas apresentações, ele grita; aprenda algumas
regras para passar a mensagem correta quando você é o centro das atenções.
Uma
boa apresentação não é feita apenas de slides deslumbrantes e palavras certas.
Expressões
faciais, posturas e até os gestos que cada orador escolhe também contam (e
muito) para a maneira como o público, do lado de lá do palco, irá processar cada
informação.
Pensando
nisso, os sócios da SOAP, consultoria especializada no assunto, compartilharam
com EXAME.com algumas das regras básicas para usar a linguagem corporal do
jeito certo durante as apresentações. Confira:
Em
uma apresentação, a plateia é a protagonista – não você, seus slides ou lousa.
Por isso, seu foco deve estar em quem está do lado de lá do palco ou da mesa.
Na
prática, isso significa que seus olhos devem estar fitos neles – e não na sua
apresentação de slides ou outro recurso.
“Você
não pode interromper por muito tempo a conexão com a audiência”, afirma Rogério
Chequer, sócio da SOAP. “Sem conexão, não há empatia. Sem empatia, não há
credibilidade”.
2.
Direcione o olhar da audiência
Agora,
como conciliar a troca de olhares com o público e os slides que você tem para
mostrar? A resposta está na maneira como os maestros conduzem uma orquestra.
Apesar
da multidão de notas na partitura, é o maestro quem determina em que ponto de
toda harmonia cada músico deve se focar. Faça o mesmo.
Assuma
a postura de maestro da atenção da plateia. Segundo os especialistas, este
processo começa antes de sua chegada ao palco – para ser mais preciso, no
momento em que você confecciona os slides que irão auxiliá-lo durante a
apresentação.
“O
conteúdo mais importante não é o que está no slide, mas sim o que você está
falando. Então, mostre apenas imagens sobre o que você diz”, afirma Eduardo
Adas, sócio da SOAP. “Se você mostrar tudo de uma vez, a audiência não vai
saber para onde olhar”.
Os
gestos e expressões faciais não são os únicos a desembocar significados durante
uma apresentação. A maneira como você dispõe os outros membros do seu corpo
também fala – e muito.
Braços
cruzados, mão na cintura ou nos bolsos, pernas muito abertas e por aí vai.
Posturas assim passam “mensagens subliminares para a audiência na direção de
desleixo, falta de disciplina, organização ou profissionalismo”, afirma
Chequer.
4.
Busque a neutralidade
A
melhor estratégia para evitar isso é apostar em posturas e gestos neutros. “O
que você busca em termos gestuais deve sempre visar à neutralidade e à
complementariedade”, afirma Adas.
Ou
seja, a maneira como você usa as mãos ou desloca o seu corpo não pode
interferir na história que está contando – antes, deve reforçá-la.
Manter
as mãos ao lado do corpo, por exemplo, cumpre essa função. Fazer gestos
abertos, por sua vez, mostra ausência de proteção e confiança. “A conexão com a
audiência é mais forte se seu gesto é natural”, diz Chequer.
Neste
ponto, a coerência entre o que se diz e como se age é fundamental. “Falar uma
coisa e fazer outra cara compromete a credibilidade”, diz o especialista.
Agora,
como conciliar conteúdo e expressão quando se está nervoso e o sorriso ou
sobrancelhas arcadas parecem ter vida própria? A solução, de acordo com os
especialistas, é treino. Por isso, não subestime a importância do preparo antes
da apresentação.
Batucar
dedos na mesa, enrolar o cabelo ou apontar o dedo para a plateia pode
atrapalhar sua plateia. Primeiro porque tais gestos distraem. Segundo, podem
incomodar ou trazer insumos para o pré-julgamentos da plateia. Na dúvida,
escolha gestos neutros e conscientes.
“Muita
gente odeia que aponte o dedo para elas. Ao fazer isso, você quebra a empatia”,
diz Chequer.
“Quando
você está de pé tem o corpo inteiro para lidar, tem mais mobilidade no palco, a
interação fica mais rica”, descreve o especialista.
Sentado,
ao contrário, o grau de liberdade é menor. “Você fica mais preso e tem menos
recursos para complementar sua história”.
Quando
o grupo é pequeno, contudo, muitas vezes não faz sentido ficar em pé. Aí, a
dica é aguçar os sentidos para perceber qual postura é mais adequada para cada
reunião.
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Fonte:
Exame.com