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quinta-feira, 6 de março de 2014

Com teste vocacional ultrapassado, novas técnicas identificam aptidões.


Anamaria Nascimento

Coaching é a palavra da vez na orientação aos estudantes.

Medicina, direito ou engenharia. Se há algumas décadas já era difícil escolher uma profissão, nos dias de hoje, com múltiplas opções que incluem engenharia de pesca, gastronomia, oceanografia, cinema e dança, estudantes do ensino médio enfrentam uma verdadeira via-crúcis para decidir a carreira que vão seguir. Feiras de profissões, conversas com a família, orientação com psicólogos ou até de coaches são alguns dos caminhos percorridos atualmente pelos adolescentes na hora de pensar qual profissão seguir.


Especialistas ouvidas pelo Diário foram unânimes ao destacar que o papel da família é fundamental quando o adolescente se vê diante do dilema de definir o futuro. Pais, parentes e amigos, porém, não devem interferir na decisão do estudante. “A maior angústia dos jovens nesse momento está relacionada à pressão familiar. Os pais ainda cobram muito que o filho escolha um curso que é tradicional ou que traga boa remuneração. No entanto, é preciso lembrar que a questão financeira não deve ser prioridade”, enfatizou a psicóloga de ensino médio do Colégio Damas, Conceição de Freitas.

O apoio da família foi fundamental para a estudante do terceiro ano do ensino médio Clarissa Soares, 16, optar por medicina. “Minha família é da área de humanas e me deixou muito tranquila para escolher o curso que vou prestar no vestibular”, contou. Prestes a encarar o vestibular pela primeira vez, a estudante Roberta Lins, 16, ainda não conseguiu fazer a escolha. “Gosto de história e fico balançada a fazer direito. Por outro lado, amo biologia e penso em fazer medicina”, revelou.

A psicóloga Laísa Moreno acompanha as escolhas dos alunos do Colégio Motivo e lembrou que os testes vocacionais com perguntas objetivas ficaram no passado. “Esperar o resultado de uma profissão pedindo que o aluno marque um X é uma abordagem obsoleta”, ressaltou. Atualmente, as escolas oferecem informações, apontando as possibilidades existentes. “O papel da escola é informar, trazendo profissionais para conversar com os jovens, mostrando a realidade do mercado”, afirmou. “Caso o aluno permaneça em dúvida, encaminhamos para uma orientação especializada fora do colégio”, completou a psicóloga do primeiro ano do ensino médio do Damas, Alcida Bezerra.


Dicas
A orientação de um coach, profissional que ajuda a pensar a carreira profissional de forma mais abrangente, é uma alternativa moderna cada vez mais procurada por estudantes indecisos. Mais amplo que a orientação profissional, o coaching vocacional faz o acompanhamento do adolescente em várias sessões. O processo parte de questionamentos como o que o cliente quer para o futuro, qual estilo de vida quer levar e a importância que ele quer ter na sociedade. A partir das próprias descobertas, o estudante vai tomando decisões.

De acordo com a coach pernambucana certificada pela Sociedade Brasileira de Coaching, Lilia Barbosa, o primeiro passo do processo é a identificação das habilidades do estudante e dos sonhos dele. “Depois de entendermos os valores, propósitos e metas, começamos a trabalhar aonde ele quer chegar”, explicou.

Os atendimentos do coach são personalizados e variam bastante de pessoa para pessoa. O acompanhamento é feito em sessões preestabelecidas, e os valores do serviço podem variar de R$ 200 a cerca de R$ 3 mil. “Profissionais que já estão no mercado de trabalho, pessoas que querem mudar de emprego ou que estão prestes a se aposentar também podem optar pela orientação do coach”, pontuou Lilia. Os coaches certificados pela Sociedade Brasileira de Coaching podem ser consultados pelo site www.sbcoaching.com.br.

Matéria completa no Diário de Pernambuco.