Mariana Fonseca
Sua
rede de relacionamentos pode ajudar você a encontrar um trabalho, mas é preciso
fazer sua parte.
Muitos profissionais
percebem que seu networking é inútil, quando precisam dele. Trabalham muito,
dedicam-se à empresa, mas, na hora em que perdem o emprego, não conseguem
recolocação por meio de seus contatos. Isso ocorre porque, conscientemente ou
não, cometem erros fatais para seu networking. É o que afirma Sílvio Celestino,
executivo e sócio-fundador da Alliance Coaching. “Não há rede de relacionamento
que resista a ações infelizes de seus participantes. Portanto, conhecer essas
falhas e evitá-las é um fator de sucesso, principalmente no longo prazo.
Afinal, qualquer um pode ser bem-sucedido por um ano ou dois, mas a carreira
deverá durar décadas e, portanto, o foco deve ser no equilíbrio do sucesso de
curta e longa duração”. O executivo aponta a seguir três erros fatais no
networking.
Ser
desconhecido
Por
vezes, recebo mensagens de profissionais que pedem para ser indicados para uma
oportunidade de emprego. Quando alguém lhe pede a sugestão de um médico, quem
você indica? Provavelmente algum que você mesmo utiliza ou que seja conhecido
por pessoas nas quais confia.
Um
erro fatal muito comum é o indivíduo querer ser recomendado por alguém que não
o conhece. Além de não ser indicado, sua imagem fica destruída, pois é evidente
que é conhecido por poucos ou que aqueles que o conhecem não desejam ajudá-lo.
Fazer
networking somente quando está desempregado
Quando
um colega de longa data lhe chama repentinamente para almoçar, pode esperar
duas coisas: ele vai pedir um emprego, e você é quem vai pagar a conta. Essa é
uma das atitudes mais destrutivas que alguém pode ter: lembrar-se dos amigos
somente nas horas de dificuldade. Na vida pessoal, isso já é visto com muitas
reservas, mas, na profissional, é um motivo de fracasso no longo prazo. Pessoas
não são instrumentos para seu sucesso, que você liga ou desliga somente quando
precisa.
Amadureça
e aprenda a conviver com indivíduos de seu setor ou considere mudar de
carreira.
Pedir
ajuda a quem você prejudicou
Muitos
profissionais tratam bem somente seus chefes. Não contribuem com seus
subordinados, pares e outros departamentos. São indiferentes aos clientes e aos
concorrentes. Para piorar, tratam mal os fornecedores da empresa. De repente,
ficam sem emprego e querem receber ajuda dessas pessoas.
Um
de meus critérios de escolha das empresas das quais compro produtos e serviços
é saber como elas tratam seus fornecedores. Na minha “lista negra”, recentemente
ingressou uma famosa churrascaria em São Paulo, pois descobri que, além de
pagar mal seus fornecedores, trata-os com desprezo. O mesmo ocorreu, há tempos,
com uma rede de supermercados. Se a ética nos negócios é cada vez mais um fator
de escolha do consumidor, imagine para sua profissão. Se você trabalha para uma
empresa que trata mal seus fornecedores, funcionários e a comunidade, procure
outro local para trabalhar, pois sua carreira fica em risco no longo prazo.
Afinal, você será um agente dessas ações antiéticas e avaliado não como alguém
que cumpre ordens, mas que faz essas ações.
Tenho
observado pessoas que, ainda aos 30 anos, fazem atos que comprometem sua
reputação. O resultado é que ainda têm, pelo menos, mais 30 anos no mercado, e
seguramente passarão por muitas dificuldades na vida, pois ninguém desejará
trabalhar com elas no futuro.
Fonte:
ClickCarreira