por Fernanda Bottoni
Não há candidato que
não sinta um frio na barriga quando é convidado para participar de uma dinâmica
de grupo. Essa etapa, apontada muitas vezes como a mais detestada de todo o processo
seletivo, é também uma das mais decisivas. No entanto, pouca gente sabe como
ela ocorre e o que, de fato, está sendo avaliado.
“Muito da ansiedade
dos candidatos vem exatamente desse desconhecimento”, acredita Fernanda
Montero, gerente da Cia de Talentos, que faz a seleção de estagiários e
trainees para muitas grandes empresas.
Nos bastidores - Se você quer reduzir
essa tensão, pode começar sabendo que todo processo de recrutamento começa com
a definição do perfil profissional que a empresa precisa buscar para ocupar
determinada vaga – ou um grande número de vagas, quando é o caso de programa de
estágio ou trainee.
“Quando recebemos uma
vaga ou programa, vamos entender o que a empresa busca, que tipo de
profissional ela quer”, diz Fernanda. Essas características, claro, vão muito
além daqueles quesitos básicos, como formação, experiência, idiomas etc.
Por exemplo, no caso
de uma vaga pontual para um cargo de analista, além desses pré-requisitos
citados acima, o recrutador vai investigar o perfil comportamental que a
empresa precisa encontrar.
“Se for para
trabalhar com um chefe introspectivo, que não gosta muito de pessoas altamente
comunicativas, numa atividade que exige muita análise, são essas
características de introspecção e concentração que vamos procurar”, explica
Fernanda.
Agora, se for para
responder para dois chefes que ficam fora do escritório, por exemplo, o
recrutador deve buscar pessoas que tenham mais iniciativa e saibam trabalhar
sozinhas. “São questões assim que levantamos com a empresa e traduzimos em
competências”, explica Fernanda.
Além disso, claro,
cada empresa tem características e valores próprios. Por exemplo, empresas de
bens de consumo normalmente têm processos muito menos engessados e permitem
muito mais inovação que um banco, por exemplo.
Atividades sob medida
-
Todos esses fatores são analisados detalhadamente para definir as competências
que serão investigadas nos candidatos. Só depois disso é que são estipuladas as
atividades mais apropriadas para cada dinâmica de grupo. “Se precisamos buscar
uma pessoa bem organizada, temos de levar uma atividade em que os candidatos
possam demonstrar essa característica”, diz Fernanda.
Ou seja, cada
dinâmica avalia determinados pontos da personalidade dos profissionais. Esses
pontos, obviamente, são sigilosos porque desse sigilo depende a eficiência do
processo. Se todo mundo souber que a empresa busca um profissional
introspectivo e organizado obviamente esse comportamento será simulado pela
maioria.
De qualquer forma,
não acredite naquela história de que o que fala mais e mais alto leva sempre a
melhor. É mito! E, se você insistir nisso, assumindo um personagem que nada a
tem a ver com o seu jeito, pode jogar pelos ares as chances de conquistar uma
vaga que seria perfeita para você.
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Fonte:
Vagas.com