Por
Ana Vaz
Brincadeirinhas inadequadas
podem constranger os colegas e acabar com sua reputação.
Conforme o tempo vai
passando, mais confortável vai ficando o relacionamento com os colegas de
trabalho e a chefia e, às vezes, até com os clientes. Num mundo tão casual
quanto o que vivemos, seria impossível que isso não acontecesse, mesmo com
nossos laços profissionais. O lado bom é que conseguimos nos sentir mais
acolhidos e também mais à vontade, mais em casa. O lado ruim é que nos
esquecemos de que essa não é nossa casa, e esses não são nossos familiares –
aqueles que aguentam e perdoam praticamente tudo que fazemos, até aquelas
brincadeiras, declarações e perguntas mais desagradáveis.
Se você é um brincalhão,
esta coluna é para você. Se acha que pode falar o que quer para quem quiser, é
para você também! Neste mundo de relações mais leves e informais, a coisa pode
pesar quando você ultrapassa os limites do outro, constrangendo-o ou até
magoando-o. Você deve estar perguntando “mas como saber o que é uma brincadeira
desagradável?!” O que torna uma brincadeira, comentário ou pergunta
inadequados? Tema, tom e a percepção do outro sobre o que ele ouviu de você
podem ser ótimos aliados na busca pela resposta do que é conveniente ou não.
Estar atento à reação do
outro ao seu tratamento é crucial para que um relacionamento seja bem sucedido
– inclusive o profissional. Gentileza gera gentileza, empatia gera empatia.
Você pode até seguir em frente com suas brincadeiras e perguntas ácidas,
acreditando que, se você não se importaria se brincassem com você assim, o
outro também não irá se importar. Mas a verdade é que não é assim na maioria
dos casos. Mesmo que seu colega leve tudo na esportiva e nunca tenha reclamado,
observe as reações dele.
O tom de ironia, deboche ou
desdém em alguns comentários ou perguntas também pode ser o motivo para que
suas palavras sejam ouvidas de forma negativa.
E assim você vai se tornando - aos seus olhos - aquele colega de
trabalho que se acha popular porque tem liberdade (dada por si mesmo) com
todos. Aos olhos dos colegas, você é o chato – desculpe, mas é verdade, e a
palavra é essa mesma. Mas pode se chamar de inconveniente, se achar mais
elegante!
Para encerrar a coluna, uma
listinha com temas que em geral você deve evitar nas suas brincadeiras,
perguntas e comentários. E não, a intenção não é deixar seu ambiente de
trabalho mais chato. É não deixar que você seja “o chato”. Fique longe de
coisas do tipo:
- “Nossa, as férias foram
boas, hein?! Dá pra ver pelo peso extra que você trouxe na mala!” falar de peso
nunca é uma boa ideia – ainda mais se for com uma mulher.
- “Quem foi que fez isso com
o seu cabelo?! Me fala que eu vou lá dar uma bronca na pessoa!”. O novo visual do(a) colega pode estar
terrível e até prejudica-lo profissionalmente, mas isso deve ser dito em
particular e com muito tato.
- “E aí magnata, foi
promovido... e o salário, é bom?!” Mesmo que você não pergunte diretamente
quanto ele ganha, o efeito é tão negativo quanto.
- “Lá vem o queridinho do
chefe!” Você pode até achar que ele é um bajulador, mas ele pode simplesmente
ser um dos melhores profissionais da equipe e por isso mesmo ser alguém em que
o seu superior confia mais.
- “Olha a gatona do financeiro,
tá uma lindeza esse decote, hein?!”.
Todo bem que a gatona está errada de estar com o decotão, mas a sua
quase cantada está errada também!
- Religião, política,
preferências sexuais e preconceitos devem ficar de fora também! “Coisa de
mulher”, “tinha que ser homem”, “olha lá seu candidato acabando com a cidade”,
entre outras coisas, não divertem ou doutrinam. Apenas desagradam e prejudicam
sua reputação e capacidade de fazer alianças.
Leve suas brincadeiras a
sério!
Fonte: ClickCarreira