Intimidade pode ser traiçoeira
Temas
polêmicos, fotos sensuais, desabafos no Facebook e curtidas que denunciam
posição política. Se por um lado é difícil resistir à tentação, por outro as
companhias e os profissionais que trabalham com recrutamento estão de olho nas
redes sociais. O consultor de empresas Luís Othon, da Prima Consultoria, acredita
que uma espiada na timeline dos
candidatos não é decisiva, mas influencia numa seleção.
“Ao
recrutar alguém precisamos tomar muito cuidado com as informações do currículo
porque ocorrem exageros. É comum tanto no período de atividade como nos cargos
anteriores. Ás vezes dá para descobrir pelo Facebook”, sugere. Luís Othon ainda
usa outra tática para conhecer melhor seus candidatos: procurar amigos em comum
e telefonar.
A
prática está dentro da lei na opinião da advogada Karla Ferreira, sócia do
escritório de advocacia Urbano Vitalino, onde é responsável pelas causas
trabalhistas. Ela acredita que até depois da contratação as ações no Facebook
podem dar às empresas o direito de intervir e penalizar.
“Precisamos
fazer uma análise por analogia ao que está previsto no artigo 482 da
Consolidação das Leis do Trabalho. Uma professora de um colégio que coloca
fotos erotizadas nas redes sociais pode ser demitida por justa causa com base
na alínea B, que trata de incontinência de conduta ou mau procedimento”,
explica.
O
indicado, segundo ela, é que a postura esperada no meio digital fique clara no ato
da contratação e por meio do regulamento da empresa. No caso de uma pisada na
bola, não vale alegar invasão de privacidade: “Se você escreveu algo em modo
público e o chefe viu, foi opção sua”.
Matéria completa na versão impressa do
Diário de Pernambuco, no caderno de Informática, na página B8, de 11/09/2013.