Augusto Freitas
Frases
que você solta por estar chateado, cansado ou com problemas pessoais podem ser
as tais "pérolas" que colocarão a perder sua trajetória profissional.
Preste
atenção nestas frases: “Ele pensa que eu vou fazer tudo o que ele quer”, “Ela
acha que eu não penso”, “Esse não é meu trabalho” e “Odeio essa empresa”.
Comuns, não? Tão corriqueiras ao ponto de, ao ler este texto, fazer você
realizar um exame de consciência sobre suas reações no local onde talvez passe
mais tempo na vida, até mesmo mais do que em casa: o trabalho. Parou para
pensar?
Não é algo do outro mundo. Tem dias que você está com problemas, estressado, aborrecido, cansado. Sobra para o chefe e os colegas de ofício escutar “pérolas” que em nada acrescentam à sua trajetória profissional. E acredite, mesmo sendo uma peça fundamental no seu trabalho, com vasto currículo e experiência, você não é inubstituível. Traduzindo, língua afiada pode ser a sua porta de saída.
O administrador de rede Winston Leibon, 42, trabalha diretamente com uma equipe de oito funcionários em uma empresa de seguros, há 13 anos. Humores distintos, gênios diferentes, formação profissional variada. Lidar com a carga elevada de emoções, tarefas a cumprir e metas a bater é complicado. Vez por outra, frases extremamente prejudiciais à harmonia do time vêm à tona.
Mas o que causa a instabilidade? “Quem se conhece há muito tempo, mesmo no trabalho, às vezes tem a impressão de que tem mais direito sobre o colega”, opina Leibon. É preciso ter cuidado e evitar, ao menos no expediente, misturar vida particular e profissional. “Até a diferença no nível de conhecimento pode atrapalhar as relações e os comentários impensados tornam-se perigosos à carreira”, pondera.
O problema, segundo especialistas do setor de recursos humanos, é que parte dos conceitos empresariais mudaram. Não são os mesmos, por exemplo, de 20 anos atrás. Além disso, o principal, você, funcionário, também mudou. Faz parte de uma geração conectada, rápida, bombardeada de informação e sedenta por um lugar mais alto no pódio profissional.
Com 24 anos de experiência na área de recursos humanos, o consultor e analista Jairo Martiniano conhece bem o caminho das pedras. Ele foi estagiário na antiga loja de departamentos Mesbla, até subir de posto e, anos mais tarde, abrir sua própria consultoria. Para Jairo, mesmo nos tempos atuais, as pessoas ainda têm a falsa ideia de que são insubstituíveis. Não são.
“O mercado de um modo geral é carente de profissionais capacitados, respeitando as exceções, e as empresas acabam ficando reféns de empregados que têm mais dificuldades em cumprir regras de conduta”, explica o consultor. De acordo com Jairo, no caso de uma troca de funcionário, quem chega geralmente tem o mesmo nível de produtividade de quem saiu. A torcida é que tenha controle diferente.
Causas e soluções
Cada cabeça é um mundo. Você já deve ter escutado esta frase alguma vez na vida. Vale para o trabalho também. Até porque todos têm problemas, não são imunes a instabilidades emocionais. Estresse, crise conjugal, dívidas, doença na família, ansiedade por resultados, todos esses pontos podem ser vetores de mudança comportamental.
Em outras palavras, os problemas são descarregados em forma de palavras. E elas têm poder de destruir ou de somar. O segredo está na paciência e no fortalecimento da maturidade social. “É comum ocorrerem demissões por justa causa cuja razão é a frequência com que certas frases são ditas no ambiente de trabalho. De certo modo, é até fácil dizer que aquela não é sua função ou que você não tem tempo para ajudar naquela demanda. Mas essa postura tem um preço alto”, diz Jairo.
Quando o problema não é tratado, o resultado direto é a inconstância em empregos, que torna-se comum, ou seja, você não consegue manter a carreira estável, mesmo no emprego que sonhou. Pula de galho em galho. Aconselhamento profissional, mapeamento de comportamento e até mesmo terapia (em alguns casos) podem ajudar a manter o equilíbrio no ambiente corporativo. Lembre-se, equilíbrio, pois nenhum profissional ou emprego está livre de intempéries emocionais.
Foi o que ocorreu com a empresa de seguros onde Winston trabalha. “A empresa identificou que a presença de um profissional especializado em processos de mapeamento poderia auxiliar na solução de divergências. A rotatividade de funcionários caiu e hoje a troca de experiência ajuda na resolução dos problemas em equipe”, conta Winston. Contar até dez antes de soltar uma das “pérolas” que abriram este texto, pelo visto, pode ser um antídoto eficiente para evitar problemas mais graves no ambiente de trabalho. Agora é com você.
Não é algo do outro mundo. Tem dias que você está com problemas, estressado, aborrecido, cansado. Sobra para o chefe e os colegas de ofício escutar “pérolas” que em nada acrescentam à sua trajetória profissional. E acredite, mesmo sendo uma peça fundamental no seu trabalho, com vasto currículo e experiência, você não é inubstituível. Traduzindo, língua afiada pode ser a sua porta de saída.
O administrador de rede Winston Leibon, 42, trabalha diretamente com uma equipe de oito funcionários em uma empresa de seguros, há 13 anos. Humores distintos, gênios diferentes, formação profissional variada. Lidar com a carga elevada de emoções, tarefas a cumprir e metas a bater é complicado. Vez por outra, frases extremamente prejudiciais à harmonia do time vêm à tona.
Mas o que causa a instabilidade? “Quem se conhece há muito tempo, mesmo no trabalho, às vezes tem a impressão de que tem mais direito sobre o colega”, opina Leibon. É preciso ter cuidado e evitar, ao menos no expediente, misturar vida particular e profissional. “Até a diferença no nível de conhecimento pode atrapalhar as relações e os comentários impensados tornam-se perigosos à carreira”, pondera.
O problema, segundo especialistas do setor de recursos humanos, é que parte dos conceitos empresariais mudaram. Não são os mesmos, por exemplo, de 20 anos atrás. Além disso, o principal, você, funcionário, também mudou. Faz parte de uma geração conectada, rápida, bombardeada de informação e sedenta por um lugar mais alto no pódio profissional.
Com 24 anos de experiência na área de recursos humanos, o consultor e analista Jairo Martiniano conhece bem o caminho das pedras. Ele foi estagiário na antiga loja de departamentos Mesbla, até subir de posto e, anos mais tarde, abrir sua própria consultoria. Para Jairo, mesmo nos tempos atuais, as pessoas ainda têm a falsa ideia de que são insubstituíveis. Não são.
“O mercado de um modo geral é carente de profissionais capacitados, respeitando as exceções, e as empresas acabam ficando reféns de empregados que têm mais dificuldades em cumprir regras de conduta”, explica o consultor. De acordo com Jairo, no caso de uma troca de funcionário, quem chega geralmente tem o mesmo nível de produtividade de quem saiu. A torcida é que tenha controle diferente.
Causas e soluções
Cada cabeça é um mundo. Você já deve ter escutado esta frase alguma vez na vida. Vale para o trabalho também. Até porque todos têm problemas, não são imunes a instabilidades emocionais. Estresse, crise conjugal, dívidas, doença na família, ansiedade por resultados, todos esses pontos podem ser vetores de mudança comportamental.
Em outras palavras, os problemas são descarregados em forma de palavras. E elas têm poder de destruir ou de somar. O segredo está na paciência e no fortalecimento da maturidade social. “É comum ocorrerem demissões por justa causa cuja razão é a frequência com que certas frases são ditas no ambiente de trabalho. De certo modo, é até fácil dizer que aquela não é sua função ou que você não tem tempo para ajudar naquela demanda. Mas essa postura tem um preço alto”, diz Jairo.
Quando o problema não é tratado, o resultado direto é a inconstância em empregos, que torna-se comum, ou seja, você não consegue manter a carreira estável, mesmo no emprego que sonhou. Pula de galho em galho. Aconselhamento profissional, mapeamento de comportamento e até mesmo terapia (em alguns casos) podem ajudar a manter o equilíbrio no ambiente corporativo. Lembre-se, equilíbrio, pois nenhum profissional ou emprego está livre de intempéries emocionais.
Foi o que ocorreu com a empresa de seguros onde Winston trabalha. “A empresa identificou que a presença de um profissional especializado em processos de mapeamento poderia auxiliar na solução de divergências. A rotatividade de funcionários caiu e hoje a troca de experiência ajuda na resolução dos problemas em equipe”, conta Winston. Contar até dez antes de soltar uma das “pérolas” que abriram este texto, pelo visto, pode ser um antídoto eficiente para evitar problemas mais graves no ambiente de trabalho. Agora é com você.
Frases
mais comuns que prejudicam os profissionais
Frases que
você deve evitar no ambiente de trabalho
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|
situação
|
evite
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Colega
recebe aumento de salário; você, não
|
"Isso
não é justo". Injustiças ocorrem todos os dias, inclusive no trabalho, e
a frase não é desculpa para justificar o valor do seu contra-cheque. Não
reclame o tempo todo e trabalhe com mais dedicação para ser reconhecido
|
Chefe/colega
pede sua ajuda sobre alguma tarefa
|
"Isso
não é problema meu" ou "Esse não é o meu trabalho" ou "Eu
não sou pago para isso". Se lhe foi perguntado, é por que sua
colaboração é importante para os resultados. Pondere se pode ajudar e não
seja egoísta. Pergunte que tarefa deve deixar de lado para auxiliar na
demanda
|
Incerteza
de informação e risco de resolver demanda
|
"Eu
acho que ...". "Achismos" não passam segurança e confiança a
quem pergunta e espera por uma resposta clara e segura. Prefira expressões
que mostram confiança e seja mais assertivo. Peça um prazo para checar a
informação, caso não tenha certeza
|
Ajuda
ao chefe/colega para resolver um problema sem valorização de si próprio
|
"Sem
problema". A frase soa sem valor para quem agradece e uma situação
relativamente fácil de ser resolvida. Seja educado, agradeça de forma correta
e simples: "obrigado você"
|
Tempo e
tarefas acumuladas
|
"Vou
tentar", "Não tenho tempo agora" ou "estou muito
ocupado". Para quem que lhe pede um auxílio ou determina uma atribuição,
fica estranho e dá a impressão de fracasso. A confiança em você vai para o
ralo. Seja sincero e, se não sabe, diga que vai aprender. Fale se precisar de
ajuda
|
Aborrecimento
com colega, problema sem solução e generalizar empresa
|
"Ele
é um idiota", "Ela é preguiçosa", "Vocês são…" ou
"Odeio essa empresa". Xingamentos e julgamentos são a porta de
entrada para o fim de uma carreira. Revelam imaturidade e refletem
negativamente. Exponha os argumentos de forma neutra sem atacar A ou B. Preze
a organização
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Maneiras
de resolver problemas
|
"Nós
sempre fizemos isso dessa maneira". As empresas valorizam inovação. Ser
inflexível não conta pontos a seu favor. Compre a ideia e arrisque. Que tal
dizer "essa é uma ideia interessante", "vamos ver como
funciona" ou "vamos discutir os prós e os contras"?
|
Desconsiderar
o problema e descartar soluções
|
"Isso
é impossível" ou "não há nada que eu possa fazer". Não dá para
ter certeza quando não se tenta, concorda? Pessimismo não combina com
proativismo. Mostre as dificuldades reais e debata com os seus colegas e
superiores como podem encontra uma solução em conjunto
|
Pré-julgamento
de colega sobre uma demanda
|
"Você
deveria ter" ou "você poderia ter". Coloque-se no lugar do
outro e veja se gostaria de ser acusado de não tentar. Gerar sentimento de
culpa só agrava o problema. Mantenha a harmonia. É mais coerente dizer
"No futuro, eu recomendo…"
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Ganhar
tempo, diminuir custos ou otimizar o trabalho
|
"Posso
estar errado, mas..." ou "Pode ser uma ideia idiota, mas...".
Esses comentários reduzem a credibilidade e diminuem sua colaboração.
Recomende de outra maneira, como "para reduzir os custos de viagem e
elevar a eficiência, recomendo que reunião seja conduzida online"
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Fontes:
gestores de recursos humanos
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Fonte: Diário de Pernambuco