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terça-feira, 17 de julho de 2012

Comunicação nas Lideranças: eu falo, tu interpretas...

Waleska Farias

Comunicar-se bem demanda, antes de tudo, aprender a ouvir e compreender a intenção do outro, inclusive, pelo que não é falado. Aliás, as palavras representam apenas o que está na superfície. O corpo ilustra aquilo que desconforta e não consegue ser expresso. O que não é dito, mas fala muito mais. E esse processo requer conhecimento no qual nem todo líder é versado.

A comunicação torna-se fluida somente quando o ponto de vista do outro é compreendido e acolhido, independente do quão diferente possa ser das convenções em pauta. Quando a realidade do outro consegue ser entendida, a linguagem é usada com muita precisão e promove resultados bastante positivos no processo de entendimento entre o líder e seus colaboradores.

Quando um líder pretende que as pessoas ao seu entorno têm a obrigação de saber interpretar o que ele quer dizer, está na verdade contribuindo para que ocorram os ruídos e bloqueios no processo de comunicação. Afinal, se a boa comunicação é privilégio de poucos, o que dizer da leitura de mente.

Segundo pesquisa realizada pela DMRH, empresa de consultoria em recursos humanos, “47,9% dos profissionais brasileiros estão insatisfeitos com a comunicação no trabalho e 60% não entendem quais são as suas metas dentro da empresa.”

Esse número sugere uma atenção especial quando vinculado à capacidade de realização das pessoas, as quais precisam necessariamente entender o que e como fazer para que possam desempenhar no melhor de si.

Se o líder pretende conquistar a habilidade de bom comunicador, é bom estreitar vínculos com seus colaboradores para entender como suas necessidades e expectativas influenciam a forma como apreendem e transmitem suas mensagens, antes de ceder ao impulso de imputar aos mesmos o insucesso dos resultados.

O líder, antes de comunicar-se com sua equipe, deve assegurar-se, sempre, de que sua fala está coerente com a mensagem que deseja transmitir. Nesse contexto, fazer um racional prévio e adequado à escuta do grupo ajuda a organizar as etapas da conversação para que sua fala seja entendida e as pessoas que o escutam acompanhem e compreendam com segurança o conteúdo comunicado.

É valido ressaltar, também, que as palavras sem sentimento tornam-se vazias e sem conotação, portanto é essencial considerar o conteúdo emocional da mensagem. Quando as pessoas sentem que o que está sendo dito é verdadeiro, acatam a mensagem com mais facilidade. A autenticidade do líder credibiliza a mensagem. É imperativo que suas ações ilustrem sua fala.
A consistência do discurso está diretamente vinculada ao sentimento impresso quando da transmissão da mensagem, a qual torna-se convincente apenas quando permeada pelo sentimento sincero de quem fala em convergência com a pessoalidade de quem ouve.

Nem todas as mensagens vestem todos os ouvidos. A comunicação, portanto, deve ser customizada.