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quinta-feira, 28 de novembro de 2013

Escrever bem é um diferencial


Dicas de Português

Por Dad Squarisi

Redação nota dez

Você tem talento para escrever? Se sua resposta for não, fique frio. Nada menos de 90% das pessoas jogam no seu time. E, ao longo da vida, mantêm a posição. Para eles, redigir um texto é tarefa desagradável. Responder a uma simples carta lhes parece pior do que extrair um dente sem anestesia. Mas, como diz o outro, não há bem que sempre dure nem mal que nunca se acabe. Chega o dia em que têm de pôr as ideias no papel. E, conscientes de que não nadam de braçada no mar de palavras, períodos e parágrafos, decidem partir pra luta. Descobrem, então, que têm boa base de gramática, redação e retórico. Precisam ir além – conhecer os princípios básicos da redação profissional. Sim, profissional. Por quê? Porque não mais escrevem para agradar ao professor. Escrevem para dar um recado ao destinatário – o cliente, o namorado, o prefeito, o gerente do banco.

segunda-feira, 25 de novembro de 2013

Seção: Outras palavras (Continuação)



Por Dad Squarisi

Erros que roubam o emprego
Existem erros e erros. Alguns são primários. Estão na cara corno batom vermelho ou óculos de grau. Grafar pesquisa com z ou exceção com ss serve de exemplo. Am­bos denunciam pouca familiaridade com a língua escrita. Para se safar, conjugue três verbos - ler, ler, ler. E sempre que a dúvida bater consulte o dicionário. Generoso, ele diz corno escrever a palavra. Outros erros são sofisticados. Exigem algo mais do que urna espiadinha no injustamente chama­do pai dos burros. (Ele é pai dos sabidos.) Tropeços em flexões, concordâncias, pon­tuação, regências, colocação de pronomes, coesão, etc. e tal pedem estudo de morfologia, sintaxe e lógica. Se você der nota 10 para a frase "Na rua passava bicicletas", abra os olhos. O sujeito arma ciladas. Posposto ao verbo, engana bem. Se ele aparecer na frente do verbo, a armadilha fica clara: Na rua, bi­cicletas passavam.
Um dos critérios na avaliação do candidato a emprego é o domínio da norma culta. O examinador espera ler e ouvir uma língua correta. Correta não significa rebuscada ou exibida. Significa apenas o elementar respei­to à gramática. Deslizes na pronuncia, nos plurais, na conjugação verbal não passam despercebidos. Ao contrário. Ecoam. Eis escorregões que você pode evitar:

• a nível de - a forma è ao nível de (= a altura de): Recite fica ao nível do mar

• adéquo - adequar só se conjuga nas formas em que a silaba tônica cai a partir do U: adequamos, adequais, adequei, adequarei. (Na dúvida, substitua-o por adaptar)

• adivogado - não acrescente sons em fim de silabas: advogado (não: adivogado), optar (não: opitar) , fez (não: feiz), beneficência, beneficente (não: beneficiên­cia, beneficiente), absoluto (não: abisoluto), aficionado (não: aficcionado), prazeroso (não: prazeiroso).

• aidético, leproso, mongol - são palavras que reforçam preconceitos. Diga pessoa com HIV, hanseníase ou síndrome de Down.

• cachórros - nomes corn o o fechado no masculino e no feminino mantêm o timbre no plural. E tudo como se tivesse um chapeuzinho: lobo, loba, lobos, lobas; cachorro, cachorra, cachorros, cachorras; raposo, raposa, raposos, raposas; bolso, bolsa, bolsos, bolsas, pombo, pomba, pombos, pombas; tonto, tonta, tontos, tontas; moço, moça, moços, mocas.

• colocar uma questão - fique com fazer uma observação, fazer uma pergunta.

• correr atrás do prejuízo – nós corremos atrás do lucro, mas corremos do prejuízo.

• criar novas – só se cria o novo. Basta criar.

• de formas que, de maneiras que - locuções conjuntivas se usam no singular: de que forma que, de maneira que.

• de menor - use menor de idade ou diga a idade: 4 anos, 12 anos, 16 anos.

• duas milhões de pessoas - milhar, milhão, bilhão são masculinos: os milhares de crianças, dois.milhões de pessoas, muitos bilhões de meninas.

• esteje - a forma é esteja.

Outros exemplos na matéria completa da Revista Agitação – CIEE – nº 98 – páginas 62 e 63.




quarta-feira, 20 de novembro de 2013

Seção: Outras palavras


Por Dad Squarisi

Era uma vez...
Um comerciante do mercado público vendia sardinhas, dourados, tambaquis, pirarucus e surubins. A banca prosperava. Entusiasmado, ele decidiu inovar. Exibiu esta faixa bem vis­tosa: "Hoje vendemos peixe fresco". Olhou de longe. Oba! Orgulhoso, perguntou ao vizinho:
- Que tal a novidade?
- É. Está bem. Mas me diga urna coisa. Você vende peixe velho? Não? Então pra que o fresco?
O homem apagou o adjetivo. Ficou "Hoje vendemos peixe".
- E agora? indagou interessado.
- Pra que o hoje? Hoje é hoje.
Restou "Vendemos peixe".
- Por acaso você dá peixe? Não? O vendemos sobra.
- Pronto. Fica só peixe.
- Pra que peixe? Quem chega vê a mercadoria. Não precisa de anúncio.
Decepcionado, o infeliz arrancou a faixa.

MENOS É MAIS

A história ensina uma lição. Um mundo novo bate à porta. Não é qualquer mundo novo. Trata-se do mundo novo de alta tecnologia. Mais precisamente: o mundo das comunicações. No celular e no Twitter, as mensagens só podem ter 140 caracteres. O que e isso? São 140 toques no computador,   contados os espaços. É este tamanho:           

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0 miserê se explica. Cada vez mais a gente vai receber e mandar recados pelo celular. Como abrigá-los no visor? A receita é uma só – usar o metro e a tesoura. O metro para medir o tamanho de palavras e frases. A tesoura para cortar as compridonas sem piedade. No caso, vale a regra: pequeno é bom, mas menor é melhor.