Por Gisele Meter
Falamos
muito em dependências emocionais voltadas para os relacionamentos amorosos.
Quando dizemos que uma mulher é dependente, normalmente nos vem à cabeça a
ideia de uma pessoa submissa financeiramente ou até mesmo emocionalmente de seu
parceiro. O fato é que dependência vai muito além disso, e está relacionada a
aspectos psicológicos de aceitação, algo que curiosamente acaba te afastando
daquilo que realmente é.
Uma
mulher dependente deixa de explorar suas potencialidades e passa a viver para
agradar os outros, acreditando que assim também será feliz. É aquela que sempre
busca - fora de si - a realização que tanto procura. O curioso é que quanto
mais dependente uma pessoa é, mais triste e vazia ela se sente. Isso porque
ela acredita a todo o momento que precisa ser completada e preenchida pela
presença ou opinião do outro.
Quando
pensamos no ambiente de trabalho, podemos também levar a mesma dinâmica da
dependência amorosa para as relações organizacionais. Já presenciei, por
exemplo, mulheres totalmente dependentes de seus colegas de trabalho ou
superiores. Não digo somente na questão da autonomia, mas principalmente no que
se refere ao próprio desenvolvimento.São mulheres que precisam de aceitação,
autoafirmação, direcionamento e elogios o tempo todo. Mostram-se inseguras,
imaturas e até mesmo frágeis, o que pode comprometer fortemente sua imagem
profissional.
É
importante saber que todos nós, em algum nível, somos dependentes de
outras pessoas, até porque se isto não fosse verdade, não precisaríamos
trabalhar em equipe, pois seriamos autossuficientes. Mas precisamos ter
consciência que as outras pessoas também dependem de nós na mesma proporção,
tornando assim o relacionamento com colegas interdependente ou seja, eu dependo
de você na mesma medida em que você também depende de mim. E, assim, somos uma
equipe que trabalha e se desenvolve junto.
Acredito
que este pensamento torna as relações mais igualitárias, menos dominadoras e
acima de tudo mais saudáveis!
Dependência
intelectual
Pessoas
com dependência intelectual são aquelas que duvidam do próprio conhecimento e
até mesmo da própria inteligência. São os que vivem perguntando aos colegas de
trabalho: “como sou? O que devo fazer? Para onde devo ir? O que você faria em
meu lugar?”. É alguém que antes de tomar qualquer decisão, procura sempre a
opinião dos outros e espera que pensem por ele. Como duvida secretamente de sua
inteligência, acredita que não consegue pensar, e deposita sua capacidade de
decisões na opinião alheia. esse tipo de pessoa vive de acordo com o
pensamento dos outros e suas decisões normalmente tem interferência das pessoas
a sua volta.
Dependência
afetiva
No
ambiente de trabalho a dependência afetiva é muito comum, principalmente entre
as mulheres. São aquelas pessoas que precisam ser amadas na empresa a todo o
momento; querem que alguém lhes diga que é querida, adorada; e o quanto são
boas naquilo que fazem. É certo que todos nós fazemos isto em algum momento,
mas há pessoas que agem assim o tempo todo, esta é a grande diferença!
Uma
pessoa com dependência afetiva no ambiente de trabalho, normalmente, faz tudo
para agradar os outros e pode se tornar ou o palhaço ou o carregador de pianos
da organização. E por fim, acaba esquecendo de si próprio por causa da
dependência e aceitação dos que estão a sua volta.
Dependência
moral
Dependente
moral é aquela pessoa que precisa do outro para lhe dizer se está agindo certo
ou não. É alguém que precisa que lhe digam o que fazer, como agir e como se
comportar. Espelha-se demais no comportamento alheio e acaba virando uma
caricatura piorada de si mesmo. Normalmente gruda em alguém para ser o seu guru
em todos os aspectos da vida, e se a vítima do dependente moral não perceber a
tempo, pode tomar para si um grande problema. Meu conselho neste caso: se
cruzar com um dependente moral, fuja! Pois no primeiro ato de frustração
sua indignação volta-se justamente contra a pessoa que lhe deu a opinião.
Matéria do site Tempo de Mulher.
Fonte:Tempo de Mulher