Claudia Gasparini
Você pode
até ser brilhante do ponto de vista técnico, mas nada garante o seu sucesso se o seu comportamento não contribuir.
As
chamadas “soft skills” - habilidades
ligadas à inteligência emocional
e à disposição psicológica para o trabalho - povoam as descrições de
pré-requisitos para vagas em qualquer área, e não saem da boca dos
recrutadores.
Foto:
Visão de dono: mercado quer profissional que enxergue
a empresa como se fosse
sua, diz especialista
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O motivo,
segundo Ricardo Haag, gerente executivo da Page Personnel tem a ver com o cenário
econômico mundial, e o consequente aumento das exigências por produtividade.
“Desde a
crise de 2008, a capacidade de lidar emocionalmente com a pressão começou a ser
uma questão de sobrevivência nas empresas”, explica. “Em equipes enxutas e com
cobrança intensa por resultados, o profissional precisa se relacionar bem e ser
capaz de se automotivar para o trabalho”.
Segundo
Daniela Ribeiro, gerente da Robert Half, tais habilidades são importantes mesmo
para profissionais com perfil mais técnico, como engenheiros. “O peso do
comportamento só cresce, nem que seja como critério de desempate”, afirma.
Não por
acaso, testes de personalidade são um recurso cada vez mais usado em processos
seletivos. É o que diz Emanuelle Arsuffi, psicóloga do departamento de pesquisa
da Vetor Editora. “As empresas estão bastante preocupadas em descobrir se o
candidato tem atitudes e valores compatíveis aos seus”, explica.
As
posturas que mais se destacam
Para Haag, a habilidade comportamental que o mercado mais procura, em qualquer área, é o equilíbrio emocional. “Os ambientes corporativos andam tensos, e exigem do profissional muito jogo de cintura para estabelecer bons relacionamentos”, diz o gerente da Page Personnel.
Para Haag, a habilidade comportamental que o mercado mais procura, em qualquer área, é o equilíbrio emocional. “Os ambientes corporativos andam tensos, e exigem do profissional muito jogo de cintura para estabelecer bons relacionamentos”, diz o gerente da Page Personnel.
Pela
mesma razão, pessoas resilientes fazem brilhar os olhos dos empregadores. “São
aqueles capazes de impedir que o seu desempenho oscile quando o ambiente não
vai bem”, afirma ele.
Outra
competência valorizada é a chamada “visão de dono”, ou seja, a postura de
assumir o trabalho como se a empresa fosse sua. “Isso implica não renunciar a
uma tarefa importante só porque ela não está na sua ‘’job description’, por exemplo”, diz Daniela.
Haag diz
que também levam vantagem os insatisfeitos crônicos. “São pessoas que nunca
acham que a situação está suficientemente boa”, explica ele. “O detalhe é que,
em vez de reclamarem, elas usam esse olhar crítico para produzir mais e
inovar”, explica.
O que 10 recrutadores mais amam (e detestam) num candidato
Erros e acertos de um candidato
Você
já se perguntou o que estava se passando pela cabeça do seu avaliador durante
um processo seletivo?
Nós
também. Por isso, perguntamos a 10 recrutadores de diversas áreas, como engenharia, TI, marketing, vendas e finanças, quais são os
erros mais terríveis e os acertos mais brilhantes de um candidato a uma vaga.
O
resultado você vê nas fotos a seguir.
Alexandre Kalman, sócio da Hound Consultoria
Área:
Finanças
A
maior virtude de um candidato: Demonstrar visão
estratégica e mostrar os resultados palpáveis de suas experiências anteriores.
O
maior pecado de um candidato: "Vender"
qualidades que sabe não ter, como uma suposta fluência em inglês, por exemplo.
Daniela Ribeiro, gerente da Robert Half
Área:
Marketing e vendas
A
maior virtude de um candidato: Ter uma comunicação
clara, sincera, direta com o recrutador, sabendo transmitir o que é relevante
sobre sua carreira.
O
maior pecado de um candidato: Demonstrar falta de
segurança, concisão ou clareza na hora de se apresentar.
Lucas Wilson, vice presidente regional da Asap Recruiters
Área:
Engenharia
A
maior virtude de um candidato: Saber explicar para o
recrutador, com exemplos práticos, como seu trabalho contribuiu para os
resultados dos ex-empregadores.
O
maior pecado de um candidato: Falar de forma muito técnica
e ser superficial ao falar de seu perfil comportamental durante a
entrevista.
Fábio Salomon, sócio da Salomon e Azzi
Área:
Jurídica
A
maior virtude de um candidato: Demonstrar maturidade,
profissionalismo e transparência sobre suas intenções com a vaga.
O
maior pecado de um candidato: Não dar retorno para o
recrutador e faltar em etapas do processo seletivo.
Rodrigo Soares, diretor comercial na Hays
Área:
Marketing e vendas
A
maior virtude de um candidato: Fazer perguntas durante o
processo seletivo e ter um discurso estruturado.
O
maior pecado de um candidato: Não ter informações básicas
sobre a empresa, demonstrando falta de preparação para a entrevista.
Guilherme Petreche, gerente executivo da Michael Page
Área:
TI (Tecnologia da Informação)
A
maior virtude de um candidato: Ir preparado para a
entrevista, cuidando inclusive da apresentação pessoal.
O
maior pecado de um candidato: Ser pouco transparente
quanto às suas intenções com a vaga.
Jacqueline Resch, sócia-diretora da Resch Recursos Humanos
Áreas:
Finanças, Logística, TI e RH.
A
maior virtude de um candidato: Falar com a mesma
naturalidade sobre seus pontos fortes e fracos, demonstrando que aceita bem
seus fracassos.
O
maior pecado de um candidato: Usar o processo seletivo
para barganhar salários com seus atuais empregadores.
Rodrigo Maranini, head de engenharia da Talenses
Área: Engenharia
A
maior virtude de um candidato: Saber ouvir, se
colocar no lugar do outro e entender as expectativas do cliente a respeito da
vaga.
O
maior pecado de um candidato: Ter uma comunicação fria e
arrogante.
Maria Beatriz Henning, sócia da Exceed
Área:
Finanças
A
maior virtude de um candidato: Ser sincero sobre suas
motivações e valores no trabalho.
O
maior pecado de um candidato: Usar o processo seletivo
para negociar salário maior no emprego atual.
Teresa Gama, diretora da Projeto RH
Área: Setor
bancário
A
maior virtude de um candidato: Ser transparente em suas
posições e expressar pontos de vista com clareza.
O
maior pecado de um candidato: Mentir e demonstrar falta
de educação.
Fonte: Exame.com