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terça-feira, 25 de novembro de 2014

Os comportamentos mais valorizados pelo mercado de trabalho


Claudia Gasparini
Você pode até ser brilhante do ponto de vista técnico, mas nada garante o seu sucesso se o seu comportamento não contribuir.
As chamadas “soft skills” - habilidades ligadas à inteligência emocional e à disposição psicológica para o trabalho - povoam as descrições de pré-requisitos para vagas em qualquer área, e não saem da boca dos recrutadores.

Foto: Visão de dono: mercado quer profissional que enxergue 
a empresa como se fosse sua, diz especialista
O motivo, segundo Ricardo Haag, gerente executivo da Page Personnel tem a ver com o cenário econômico mundial, e o consequente aumento das exigências por produtividade.
“Desde a crise de 2008, a capacidade de lidar emocionalmente com a pressão começou a ser uma questão de sobrevivência nas empresas”, explica. “Em equipes enxutas e com cobrança intensa por resultados, o profissional precisa se relacionar bem e ser capaz de se automotivar para o trabalho”.
Segundo Daniela Ribeiro, gerente da Robert Half, tais habilidades são importantes mesmo para profissionais com perfil mais técnico, como engenheiros. “O peso do comportamento só cresce, nem que seja como critério de desempate”, afirma.
Não por acaso, testes de personalidade são um recurso cada vez mais usado em processos seletivos. É o que diz Emanuelle Arsuffi, psicóloga do departamento de pesquisa da Vetor Editora. “As empresas estão bastante preocupadas em descobrir se o candidato tem atitudes e valores compatíveis aos seus”, explica.
As posturas que mais se destacam
Para Haag, a habilidade comportamental que o mercado mais procura, em qualquer área, é o equilíbrio emocional. “Os ambientes corporativos andam tensos, e exigem do profissional muito jogo de cintura para estabelecer bons relacionamentos”, diz o gerente da Page Personnel.
Pela mesma razão, pessoas resilientes fazem brilhar os olhos dos empregadores. “São aqueles capazes de impedir que o seu desempenho oscile quando o ambiente não vai bem”, afirma ele.
Outra competência valorizada é a chamada “visão de dono”, ou seja, a postura de assumir o trabalho como se a empresa fosse sua. “Isso implica não renunciar a uma tarefa importante só porque ela não está na sua ‘’job description’, por exemplo”, diz Daniela.
Haag diz que também levam vantagem os insatisfeitos crônicos. “São pessoas que nunca acham que a situação está suficientemente boa”, explica ele. “O detalhe é que, em vez de reclamarem, elas usam esse olhar crítico para produzir mais e inovar”, explica.

O que 10 recrutadores mais amam (e detestam) num candidato

Erros e acertos de um candidato

Você já se perguntou o que estava se passando pela cabeça do seu avaliador durante um processo seletivo?
Nós também. Por isso, perguntamos a 10 recrutadores de diversas áreas, como engenharia, TI, marketing, vendas e finanças, quais são os erros mais terríveis e os acertos mais brilhantes de um candidato a uma vaga.
O resultado você vê nas fotos a seguir.

Alexandre Kalman, sócio da Hound Consultoria

Área: Finanças
A maior virtude de um candidato: Demonstrar visão estratégica e mostrar os resultados palpáveis de suas experiências anteriores.
O maior pecado de um candidato: "Vender" qualidades que sabe não ter, como uma suposta fluência em inglês, por exemplo.

Daniela Ribeiro, gerente da Robert Half

Área: Marketing e vendas
A maior virtude de um candidato: Ter uma comunicação clara, sincera, direta com o recrutador, sabendo transmitir o que é relevante sobre sua carreira.
O maior pecado de um candidato: Demonstrar falta de segurança, concisão ou clareza na hora de se apresentar.

Lucas Wilson, vice presidente regional da Asap Recruiters

Área: Engenharia
A maior virtude de um candidato: Saber explicar para o recrutador, com exemplos práticos, como seu trabalho contribuiu para os resultados dos ex-empregadores.
O maior pecado de um candidato: Falar de forma muito técnica e ser superficial ao falar de seu perfil comportamental durante a entrevista. 

Fábio Salomon, sócio da Salomon e Azzi

Área: Jurídica
A maior virtude de um candidato: Demonstrar maturidade, profissionalismo e transparência sobre suas intenções com a vaga. 
O maior pecado de um candidato: Não dar retorno para o recrutador e faltar em etapas do processo seletivo.

Rodrigo Soares, diretor comercial na Hays

Área: Marketing e vendas
A maior virtude de um candidato: Fazer perguntas durante o processo seletivo e ter um discurso estruturado.
O maior pecado de um candidato: Não ter informações básicas sobre a empresa, demonstrando falta de preparação para a entrevista.

Guilherme Petreche, gerente executivo da Michael Page

Área: TI (Tecnologia da Informação) 
A maior virtude de um candidato: Ir preparado para a entrevista, cuidando inclusive da apresentação pessoal.
O maior pecado de um candidato: Ser pouco transparente quanto às suas intenções com a vaga.

Jacqueline Resch, sócia-diretora da Resch Recursos Humanos

Áreas: Finanças, Logística, TI e RH.
A maior virtude de um candidato: Falar com a mesma naturalidade sobre seus pontos fortes e fracos, demonstrando que aceita bem seus fracassos.
O maior pecado de um candidato: Usar o processo seletivo para barganhar salários com seus atuais empregadores.

Rodrigo Maranini, head de engenharia da Talenses

Área: Engenharia
A maior virtude de um candidato: Saber ouvir, se colocar no lugar do outro e entender as expectativas do cliente a respeito da vaga.
O maior pecado de um candidato: Ter uma comunicação fria e arrogante.

Maria Beatriz Henning, sócia da Exceed

Área: Finanças
A maior virtude de um candidato: Ser sincero sobre suas motivações e valores no trabalho.
O maior pecado de um candidato: Usar o processo seletivo para negociar salário maior no emprego atual.

Teresa Gama, diretora da Projeto RH

Área: Setor bancário
A maior virtude de um candidato: Ser transparente em suas posições e expressar pontos de vista com clareza.
O maior pecado de um candidato: Mentir e demonstrar falta de educação.



Fonte: Exame.com