Por Ligia Crispino
Grande parte da
comunicação corporativa se dá através de e-mails, ou seja, comunicação escrita.
Então, vamos avaliar esta ação simples e corriqueira? O objetivo não é criticar
essa ferramenta incrível de comunicação, mas há que se ter muito cuidado, pois
ela têm um grande potencial de gerar ruídos como má interpretações.
O e-mail é menos
invasivo: o
destinatário responde quando está disponível ou quando encontrou a resposta
mais adequada. Ele também traz agilidade e facilidade na comunicação, pois é
possível falar com muitas pessoas ao mesmo tempo. No entanto, muitas pessoas
têm melhor retenção quando abordadas pessoalmente ou por telefone. No
contato pessoal, há mais interação e é possível trocar mais informações — inclusive
não-verbais. A comunicação escrita fica mais limitada, pois quem escreve o
e-mail não estará lá diante do destinatário para dar o tom correto, para se
explicar. Justamente por isso, ele pode ser uma fuga para não encarar a pessoa
quando temos de falar algo difícil.
Diante do exposto
acima, a primeira preocupação na elaboração de e-mails envolve o conteúdo e a
forma da mensagem a ser enviada. Para garantir a compreensão, é importante
reler tudo o que foi escrito antes de clicar, ansiosamente, no botão “Enviar”,
além de pensar nos seguintes pontos:
- A mensagem está clara e objetiva?
- Contém todas as informações necessárias?
- A linguagem está adequada para quem vai ler?
- O texto está coerente?
- Há erros de Português ou de digitação?
Como pensamos muito
rápido, às vezes os dedos não acompanham a velocidade do pensamento e acabamos
engolindo algumas palavras. Existe também o desafio de situar a pessoa que lerá
a mensagem. Não raro, começamos a pensar sobre um determinado problema,
seguimos uma linha de raciocínio e, de repente, começamos a escrever sobre o
assunto, sem uma introdução. Quem recebe a mensagem se pergunta: “do que
estamos falando?”
A segunda preocupação
é se a mensagem chegará ao destinatário dentro do tempo necessário. Para isso,
temos de pensar nas seguintes questões:
- Qual é a minha urgência em garantir o recebimento das minhas informações ou o retorno do destinatário?
- Será que a pessoa para quem enviaremos a mensagem está em sua empresa?
- Será que ela acessa o seu e-mail do smartphone ou tablet?
- Será que tem acesso de casa?
- Se estamos enviando anexo, este é muito pesado? (Hoje o sistema de proteção das empresas é muito rigoroso e barra anexos com o mínimo de imagens. Neste caso, é sempre aconselhável mandar um e-mail comunicando que enviou mensagem com anexo e pedindo que nos avise, caso não receba. Também é sempre possível usar ferramentas de compartilhamento de arquivos na nuvem.)
O problema é que as
pessoas ficam muito focadas no conteúdo que será transmitido e não na forma
como aquela informação será divulgada e, principalmente, recebida. Quem redige
o e-mail não deve se isentar da responsabilidade pelo nível de assimilação do
conteúdo. Não dá para alegar algo assim:
“Você não recebeu? Eu
mandei!”
Enviar uma mensagem
não garante o seu recebimento, muito menos assegura a compreensão do que se
quis transmitir.
Enfim, por tudo isso,
é crucial avaliar se o e-mail será a melhor forma de comunicação, tomar ao
cuidado ao redigir a mensagem e fazer a releitura rápida. Essas ações poderão
evitar problemas de interpretação, retrabalho e até o comprometimento da sua
imagem perante equipe, colegas, líderes e clientes.
A forma como
escrevemos diz muito sobre nosso perfil.
Fonte:
Vagas.com