Camila Pati
Toda
vantagem competitiva é bem-vinda em um processo seletivo e pode fazer a
diferença na conquista da oportunidade
profissional.
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E
não só os perfis comportamental e técnico entram no hall dos aspectos avaliados
pelos recrutadores e também pelas empresas.
O
momento atual do candidato, se ele está trabalhando ou está disponível no
mercado, também é levado em conta neste processo. E, dependendo da necessidade
da empresa, pode até definir o resultado final da seleção de candidatos.
Felipe
Brunieri, headhunter de Finanças da Talenses, diz já ter visto este tipo de
situação ocorrer em processos seletivos e cita as vantagens que cada um deles
leva, na visão de empresas e recrutadores:
Vantagens
do candidato desempregado
A
entrevista é amanhã? Tudo bem!
O
candidato que não está trabalhando tem chances de ter a agenda livre para entrevistas de emprego
em horário comercial. Propostas inesperadas para uma conversa no dia seguinte,
por exemplo, não costumam ser empecilho para eles.
“Em
geral, são pessoas que conseguem ir até a empresa, a hora que for necessário, e
isso demonstra mais interesse, além de acelerar o processo”, diz Brunieri.
Início
imediato? Onde é minha mesa?
Sem
precisar negociar a saída com o empregador anterior, os candidatos
desempregados não torcem o nariz quando o início é imediato.
Por
trabalhar com recrutamento
na área de finanças, que tem prazos bem definidos, Brunieri presenciou um caso
em que a disponibilidade de início imediato foi determinante a contratação do
candidato.
“Eram
dois finalistas e o candidato desempregado ficou com a vaga porque a empresa
precisava que o contratado entrasse já no próximo fechamento contábil mensal
para o qual faltavam poucos dias”, explica.
Proposta
aceita!
Sem
o “risco” de receber uma contraproposta, candidatos desempregados têm menos
poder de barganha salarial. Embora quem esteja disponível no mercado,
dificilmente encare isto como vantagem, para o contratante este fato pode
definir a contratação.
“Do
ponto de vista da empresa, o candidato desempregado passa mais confiança de que
vai aceitar a proposta salarial”, diz Brunieri.
Férias?
Só depois de um ano
Estando
desempregado, o profissional não tem férias pendentes ou viagens já marcadas,
como acontece com candidatos que estão trabalhando. Logo, a data das próximas
férias ou a necessidade de se ausentar durante períodos já determinados não
serão pontos de negociação.
Referências
mais realistas
Durante
processos seletivos, recrutadores vão atrás de referências sobre os candidatos.
E, quanto mais recente, melhor.
Nesse
ponto, diz Brunieri, com candidatos que estão empregados só é possível buscar
referências em empresas anteriores, nunca na atual. “E se ele está há muito
tempo na atual empresa, só posso buscar experiências mais longínquas”, explica.
O
desempregado, por poder fornecer nomes de pessoas com quem trabalhou na última
empresa, permite ao recrutador buscar referências mais atuais.
Vantagens
do candidato empregado
Olhe
eu aqui!
“Geralmente
são profissionais que os headhunters acham mais facilmente por estarem ocupando
as cadeiras que são alvos da busca”, diz Brunieri.
Ou
seja, é mais fácil um profissional empregado ser buscado pelo headhunter que
precisa preencher uma posição específica.
Só
saio por 20% a mais no salário!
Dificilmente
será feita uma proposta de emprego que não ofereça remuneração ou benefícios
superiores ao emprego atual do profissional. Isso significa a possibilidade ter
um aumento considerável no salário.“Na
área de finanças, geralmente o aumento na remuneração varia em 15% e 20%”, diz
Brunieri.
A
atualização é o meu expediente
“Por
estar mais exposto, em contato com profissionais, clientes, o candidato
empregado tem mais chances de estar atualizado no que diz respeito ao que está
acontecendo no mercado”, diz Brunieri.
Estar
em contato diário com normas, técnicas e também outros profissionais do seu
setor de atuação é um ponto positivo para os candidatos empregados.
“Os
profissionais desempregados precisam ir ativamente atrás de informações, ler
notícias, jornais, fazer cursos para se se atualizarem”, diz Brunieri.
Status:
em desenvolvimento
“Além
de estar mais atualizado, o profissional empregado também está se desenvolvendo
em pontos comportamentais”, diz Brunieri.
Relacionamento
com pessoas, gestão e trabalho em equipe são alguns dos aspectos que a pessoa
que está empregada lida cotidianamente, o que não ocorre quando a pessoa está
disponível no mercado.
A
sorte de uma entrevista tranquila
Estar
empregado traz tranquilidade ao candidato que participa de um processo
seletivo. “Ele vai bem mais tranquilo, vai conversar, se der deu se não der
tudo bem”, diz Brunieri. Mais calmo, as chances de demonstrar seu todo o
potencial aumentam bastante.
Brunieri
lembra que candidatos que odeiam seu emprego atual e têm pressa em sair podem,
mesmo empregados, cair na armadilha do nervosismo. " Se formos
classificar, o candidato empregado, mas altamente descontente, se aproxima mais
do candidato desempregado em relação às vantagens e desvantagens", diz.
Fonte:
Exame.com