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terça-feira, 31 de julho de 2012

Brasileiros acham que redes sociais podem interferir no futuro profissional

Fernanda Bottoni

Sessenta e três por cento dos usuários do Facebook do Brasil acreditam que o conteúdo postado na rede social pode interferir na sua vida profissional. Isso porque eles revelam que têm chefe e colegas de trabalho como amigos nas redes sociais e temem a má interpretação do comentário ou post publicado.
A mesma fatia de entrevistados, 66%, tem cuidado com o que escreve e compartilha o que pode justificar o percentual de apenas 23% que já se arrependeram de algum conteúdo postado. Além disso, 75% dos profissionais entrevistados acham que é correto uma empresa monitorar seus funcionários sempre ou em algumas  situações específicas, como o acesso à redes sociais durante o horário de trabalho.
Os dados fazem parte da pesquisa sobre segurança e privacidade na internet e redes sociais realizada pela Hi-Midia, empresa especializada em segmentação e performance em mídia online, e pela M.Sense, especializada em pesquisa de mercado digital, que ouviu 784 pessoas das cinco regiões brasileiras, entre os dias 1 e 7 de junho. 
Brasil x EUA - O levantamento revelou também que 45% dos entrevistados brasileiros possuem perfil privado no Facebook, visível apenas para amigos – número menor que os apontados em pesquisas de comportamento nos Estados Unidos, onde 59% dos usuários têm perfis privados (fonte: Pew Research Center; dezembro de 2011). No entanto, os cuidados são negligenciados com os elevados percentuais de compartilhamento de fotos (63%), vídeos (29%), informações pessoais (35%) e de localização (14%).
Ainda de acordo com a pesquisa, há entre os internautas o cuidado com a reputação nas redes sociais, ainda que com percentuais inferiores aos encontrados em estudos realizados com público americano. No Brasil, 21% dos usuários já se desmarcaram de fotos, contra 37% nos Estados Unidos. Retirar alguém da lista de amigos foi uma ação feita por 38% de brasileiros, contra 63% de americanos. Quarenta e quatro por cento de usuários já apagaram comentários postados, número que se repete nos EUA.
Entre os cuidados tomados pelos usuários do Facebook, 73% deles afirmaram recusar a convites de amizade feitos por desconhecidos, 71% estão atentos aos arquivos que recebem e 57% só instalam ou acessam aplicativos considerados seguros. Considerando as normas de segurança e privacidade, 41% dos internautas não confiam no Facebook no que se refere à privacidade de seus dados pessoais.

quinta-feira, 26 de julho de 2012

ESTAGIÁRIO ESTRATÉGICO

Desenvolver programas de estágio formando seus próprios profissionais estratégicos desde o início da carreira tem sido a opção de muitas empresas nestes tempos de dificuldades crescentes para atrair profissionais qualificados. Estratégia acertada e necessária. Além de permitirem a renovação e o aprimoramento das equipes, os programas de estágio formam profissionais mais identificados com o projeto da empresa, o que ajuda a fortalecer os vínculos e a reter talentos, muito mais do que quando a empresa tenta atrair profissionais mais maduros e supostamente prontos, por vezes tendo que pagar valores que inflacionam a política de remuneração da empresa.
Ter um programa de estágio eficaz, entretanto, vai muito além de ter estudantes universitários em sua equipe. Para alcançar os resultados esperados, é preciso ter uma política de estágio estruturada, o que requer profissionalismo e metodologia adequada.
Um bom programa de estágio deve envolver várias etapas, como: (1) seleção; (2) integração; (3) capacitação; (4) avaliação; e (5) monitoramento; cada uma com regaras e objetivos específicos. O cuidado deve começar desde a seleção. É importante que o estagiário se identifique com a empresa e, principalmente, veja sintonia entre o que deseja para sua carreira e o projeto da organização, conciliando as estratégias e perspectivas para o futuro.
A empresa precisa estar preparada para receber esse futuro profissional estratégico. O estagiário deve passar por um período de integração para conhecer as ferramentas e aprender a lidar com os sistemas. Nessa fase, é conveniente que ele passe pelas principais áreas conhecendo as equipes, familiarizando-se com as rotinas e percebendo as articulações entre os setores. Depois dessa etapa, estará mais preparado para iniciar a atuação na área escolhida.
Assegurar oportunidades de aprendizagem é fundamental; por isso, durante o estágio, é recomendado que o estagiário seja acompanhado por um tutor e que a empresa complemente sua formação com palestras e treinamentos. O processo deve incluir avaliações sistemáticas e a empresa deve cuidar para que haja espaço suficiente para que o estagiário possa falar sobre suas dificuldades e ouvir o que a empresa pensa e espera dele. Um aspecto importante, nem sempre observado nas empresas, é que o programa de estágio deve ter a participação efetiva dos gestores e gerentes, e não apenas da área de RH, em cada uma de suas etapas. Alcançar resultados positivos no longo prazo demanda planejamento, esforço e envolvimento. Mas o retorno costuma valer a pena. Além de se tornar um profissional tecnicamente competente e capacitação para ocupar cargos estratégicos, o estagiário estratégico terá desenvolvido uma relação de confiança, fidelidade e identificação com a empresa em um nível dificilmente alcançado de outra forma.
Fonte: TGI Consultoria em Gestão – Revista Algomais

segunda-feira, 23 de julho de 2012

A importância do “equilíbrio emocional” no sucesso das relações interpessoais

Waleska Farias

“A percepção que temos do outro, está diretamente ligada à que temos a respeito de nós mesmos.”
Manter o equilíbrio emocional, seja no segmento pessoal ou profissional, é fundamental para que se estabeleça um nível de troca saudável nas relações interpessoais. Nossas próprias experiências nos mostram que, a despeito da consciência quanto à importância desse aspecto no sucesso das nossas empreitadas, encontrar o caminho do meio nem sempre é tarefa fácil.

É crescente o movimento das empresas e dos próprios profissionais no que tange ao desenvolvimento de posturas internas que contribuam para a criação de alianças, com o propósito de promover um melhor clima no ambiente de trabalho. Nos dias de hoje, pessoas com habilidades que favoreçam a convivência e a integração em grupo, certamente são muito bem vistas no mercado de trabalho.

Estudos desenvolvidos pelas universidades de Harvard, Stanford e Fundação Carnegie no desenvolvimento da ferramenta “six seconds” revelam que a maior parte de suas conquistas no cenário profissional está diretamente relacionada ao seu nível de Inteligência Emocional - sua habilidade para comunicar-se e relacionar-se com os outros.

Cada vez mais as organizações recorrem a recursos, a exemplo do “Coaching Executivo”, que ajudem no desenvolvimento de determinadas habilidades de seus colaboradores, as quais contribuam para a formação de equipes coesas, com objetivos em comum. É certo que o investimento na capacitação e bem-estar dos recursos humanos contribui, diretamente, para a efetivação dos resultados, pois pessoas felizes e em equilíbrio respondem pelo aumento da produtividade e qualidade do trabalho nas empresas.

Por outro lado, também, é fundamental que o profissional tenha consciência da importância de conhecer a si mesmo para que possa equilibrar seus pontos fortes e fracos, estabilizar sua autoestima, portar-se com maturidade e, sobretudo, respeitar diferenças para minimizar conflitos e estabelecer, através de um comportamento adequado, relações saudáveis com seus pares no ambiente de trabalho.

O sucesso das relações interpessoais nas organizações reflete o nível de equilíbrio emocional de seus colaboradores, conquistado através dos diversos aspectos mencionados, para realização das mudanças necessárias e adequação dos processos de integração e adaptação entre os grupos de forma ágil e fluida.

quarta-feira, 18 de julho de 2012

Acesso limitado

Sarita González - CorreioWeb


No laboratório em que trabalha,
 Natália lida com informações sigilosas: cuidado redobrado

A utilização inadequada dos computadores e da internet durante o expediente pode levar até a demissões. Definir normas de uso e deixá-las expressas para a equipe ajudam a evitar contratempos.

Entrar em redes sociais ou conversar com amigos pelo bate-papo on-line durante o expediente são tentações para quem trabalha o tempo inteiro conectado à internet. Além de escolher com cuidado os sites a ser acessados pelo computador da empresa, é preciso saber que tipos de arquivos podem ser salvos. Afinal, diante de tantos conteúdos disponíveis na grande rede, um clique errado pode significar dor de cabeça para o trabalhador e até resultar em demissão.

O professor de informática aplicada à administração Ricardo Holderegger, que atua em São Paulo, lembra que existem quadrilhas especializadas em atacar empresas. “Quanto mais valiosos forem os dados, mais atenta a instituição deve estar ao comportamento dos funcionários diante das ferramentas tecnológicas. Se alguém salva arquivos pessoais, instala programas sem autorização ou utiliza e-mail particular no computador do trabalho, expõe o empregador a riscos”, alerta. “Algumas situações são irrecuperáveis e geram danos muito sérios para a empresa. Um usuário corporativo que tenha sido infectado por vírus pode levar uma empresa à ruína”, acrescenta.

Uma forma de proteger as corporações dos ataques de hackers é adotar políticas de uso de computadores e internet. Para a advogada especialista em direito trabalhista Claudia Fini, um dos termos que devem constar na política de conduta é a proibição aos funcionários de salvar arquivos pessoais em computadores corporativos. Ela ressalta ainda que o uso impróprio do equipamento pode levar à demissão por justa causa. “A tendência dos tribunais brasileiros atualmente é dar razão para a empresa. Se o ataque de um hacker ocorrer enquanto um funcionário acessa um site não autorizado pela empresa, por exemplo, ele pode ser punido”, justifica.

Por outro lado, a advogada explica que, se o funcionário sofreu ataque virtual enquanto acessava um site relacionado à rotina profissional, ele não pode ser responsabilizado. “Nesse caso, a pessoa estaria apenas cumprindo obrigações. O uso da tecnologia atrelado ao trabalho das empresas dificulta o controle promovido por elas, mas, com a criação de uma política de uso, as empresas se resguardam. É fundamental que elas conheçam e fiscalizem a utilização dessas ferramentas pelos colaboradores, já que os equipamentos pertencem a elas”, diz.

Vale lembrar que o funcionário que não respeita a política de uso corre o perigo de se expor na internet, dependendo das informações pessoais que vazam, como fotos íntimas. “Se hackers invadem dados de uma empresa com política de uso e um funcionário possui arquivos pessoais na máquina, a corporação não poderá ser responsabilizada, já que foi o empregado quem descumpriu as regras”, explica Claudia. Outra situação se refere a companhias que não possuem regras expressas, mas que orientam seus funcionários sobre a utilização dos equipamentos. Nesse caso, a culpa também não será do empregador. “Entretanto, tudo dependerá de cada situação e da forma como as provas serão produzidas.”

Dados secretos

Dependendo das informações com as quais o funcionário trabalha, o cuidado deve ser redobrado. Coordenadora do departamento de qualidade técnica de uma rede brasiliense de laboratórios, Natália Bruna de Almeida, 32 anos, conta que lida diretamente com informações sigilosas dos pacientes e que, por isso, é necessário ter atenção para que não ocorra vazamento de dados. “Meu trabalho exige que eu busque informações constantemente na internet, mas restrinjo meu acesso ao que é empresarial”, diz.

Natália destaca que usa o e-mail corporativo quando precisa se comunicar com a chefe ou com a equipe. “Em casa, acesso a internet para questões pessoais.” Assim como os outros funcionários, a coordenadora foi orientada a seguir a política de uso da empresa. Ela conta que já se acostumou a administrar a rotina dessa forma.
De acordo com a superintendente de Gestão e Recursos Humanos do laboratório, Marly Vidal, os funcionários tomam conhecimento da política de uso logo no primeiro dia de serviço. “Além de ter estudado a fundo o documento, a equipe do RH faz treinamentos mensais”, conta. Segundo ela, entre outras questões, a política de uso da empresa lista os sites que podem ser acessados e o que pode ou não ser salvo no computador. “As redes sociais não são proibidas, mas os funcionários são orientados a fazer esse tipo de acesso apenas nos horários em que estão de folga do trabalho”, explica.

Para que o trabalhador não se comprometa diante das facilidades que a tecnologia proporciona, o coach Guilherme Rego recomenda a utilização de pen drives — dispositivos nos quais é possível salvar arquivos. Além disso, ele destaca que o e-mail corporativo deve ser usado apenas para mensagens profissionais. “O setor de informática das empresas tem conhecimento sobre sites acessados e e-mails dos funcionários. Usar esse espaço para trocar piadas ou conteúdos impróprios, portanto, é inadequado”, aconselha. Esse tipo de monitoramento, no entanto, por parte da empresa se restringe ao e-mail corporativo, como explica o professor Holderegger: “A empresa não tem acesso ao e-mail particular do funcionário”.

De advertência a demissão
As punições podem ser advertência (verbal ou escrita), suspensão e até demissão por justa causa, de acordo com a gravidade da situação. Não existe lei específica sobre o assunto. “Apesar da falta de legislação para o tema, a discussão repercute porque gira em torno da violação do patrimônio moral da empresa e de uma infração funcional por parte do empregado”, explica Paulo Blair, juiz titular da 17ª Vara do Trabalho de Brasília e professor do curso de direito na Universidade de Brasília (UnB).

Foi parar na Justiça
O assunto é considerado novo no Judiciário. O Tribunal Superior do Trabalho (TST), por exemplo, ainda não possui estatísticas a respeito dos processos acerca do tema. Entretanto, já existem algumas decisões sobre casos de uso indevido de ferramentas tecnológicas nas empresas. Veja exemplos:

Indenização por falta de provas
O TST manteve, em 2007, a decisão do Tribunal Regional do Trabalho do Ceará, na qual o Banco do Nordeste S.A. teve de indenizar um funcionário que havia sido punido pelo suposto uso de e-mail corporativo para fins pessoais. Na ocasião, o banco suspendeu o funcionário por 30 dias e o transferiu de agência ao alegar que ele infringiu as normas da empresa. No TRT/CE, o juiz considerou que as provas apresentadas pelo banco haviam sido insuficientes. O banco foi condenado a suspender a punição e teve de indenizar o empregado.

E-mail com conteúdo pornográfico
Em 2008, um assistente de tecnologia da informação da Empresa de Tecnologia e Informações da Previdência Social (Dataprev) tentou anular a pena de suspensão aplicada pela empresa após ter utilizado e-mail corporativo para enviar conteúdo pornográfico. O funcionário argumentou violação de privacidade na abertura de sua caixa de entrada de e-mail de trabalho, mas a alegação foi rechaçada. O TST manteve a decisão do TRT de Minas Gerais, que havia julgado correta a aplicação da pena. No ocorrido, o
e-mail foi parar em mais de 1,5 mil caixas postais do INSS em todo o país.

Demitida por postagens no Orkut
No início do mês passado, o TST divulgou decisão ocorrida em abril, quando uma enfermeira foi demitida por justa causa após publicar na rede social Orkut fotos da equipe no local de trabalho. A funcionária pediu a descaracterização da justa causa, além de pagamento de indenização por danos morais referente ao constrangimento devido à demissão. Para o hospital Prontolinda, as fotos expuseram a intimidade de funcionários e de pacientes. Na 3ª Vara do Trabalho de Olinda (PE), em primeira instância, a funcionária venceu, mas o TRT de Pernambuco confirmou a demissão por justa causa, decisão mantida no TST, por unanimidade.

Fontes: Tribunal Superior do Trabalho (TST) e Admite-se - Diário de Pernambuco

terça-feira, 17 de julho de 2012

Comunicação nas Lideranças: eu falo, tu interpretas...

Waleska Farias

Comunicar-se bem demanda, antes de tudo, aprender a ouvir e compreender a intenção do outro, inclusive, pelo que não é falado. Aliás, as palavras representam apenas o que está na superfície. O corpo ilustra aquilo que desconforta e não consegue ser expresso. O que não é dito, mas fala muito mais. E esse processo requer conhecimento no qual nem todo líder é versado.

A comunicação torna-se fluida somente quando o ponto de vista do outro é compreendido e acolhido, independente do quão diferente possa ser das convenções em pauta. Quando a realidade do outro consegue ser entendida, a linguagem é usada com muita precisão e promove resultados bastante positivos no processo de entendimento entre o líder e seus colaboradores.

Quando um líder pretende que as pessoas ao seu entorno têm a obrigação de saber interpretar o que ele quer dizer, está na verdade contribuindo para que ocorram os ruídos e bloqueios no processo de comunicação. Afinal, se a boa comunicação é privilégio de poucos, o que dizer da leitura de mente.

Segundo pesquisa realizada pela DMRH, empresa de consultoria em recursos humanos, “47,9% dos profissionais brasileiros estão insatisfeitos com a comunicação no trabalho e 60% não entendem quais são as suas metas dentro da empresa.”

Esse número sugere uma atenção especial quando vinculado à capacidade de realização das pessoas, as quais precisam necessariamente entender o que e como fazer para que possam desempenhar no melhor de si.

Se o líder pretende conquistar a habilidade de bom comunicador, é bom estreitar vínculos com seus colaboradores para entender como suas necessidades e expectativas influenciam a forma como apreendem e transmitem suas mensagens, antes de ceder ao impulso de imputar aos mesmos o insucesso dos resultados.

O líder, antes de comunicar-se com sua equipe, deve assegurar-se, sempre, de que sua fala está coerente com a mensagem que deseja transmitir. Nesse contexto, fazer um racional prévio e adequado à escuta do grupo ajuda a organizar as etapas da conversação para que sua fala seja entendida e as pessoas que o escutam acompanhem e compreendam com segurança o conteúdo comunicado.

É valido ressaltar, também, que as palavras sem sentimento tornam-se vazias e sem conotação, portanto é essencial considerar o conteúdo emocional da mensagem. Quando as pessoas sentem que o que está sendo dito é verdadeiro, acatam a mensagem com mais facilidade. A autenticidade do líder credibiliza a mensagem. É imperativo que suas ações ilustrem sua fala.
A consistência do discurso está diretamente vinculada ao sentimento impresso quando da transmissão da mensagem, a qual torna-se convincente apenas quando permeada pelo sentimento sincero de quem fala em convergência com a pessoalidade de quem ouve.

Nem todas as mensagens vestem todos os ouvidos. A comunicação, portanto, deve ser customizada.

segunda-feira, 9 de julho de 2012

De faxineiro a professor universitário

Rachel Sciré

“Não podemos subestimar as oportunidades. Às vezes, achamos que a vida nos abriu uma janelinha, mas na verdade é uma grande porta.” É assim que Ednei Francisco Monteiro, 36, encara os desafios do dia a dia. Em quatro anos, ele passou de faxineiro a professor na Universidade Metodista.

Em 2001, Monteiro foi demitido de uma empresa de alimentos, onde trabalhava na área de vendas e merchandising. Por meio de um conhecido, ficou sabendo que a Universidade Metodista estava recrutando pessoas para o setor de higiene. “Sem pretensão, fui até a faculdade saber mais sobre as vagas e acabei conversando com o próprio chefe do setor de limpeza e manutenção”, lembra.

Depois de participar do processo seletivo, Monteiro foi chamado para começar a trabalhar em janeiro de 2002. “Quando soube que quem trabalhava na instituição tinha direito à bolsa de estudos, foi a realização de um sonho. Sempre tive vontade de cursar Ensino Superior. O emprego caiu como uma luva”, conta.

Monteiro abraçou a oportunidade, encarando aquele emprego como outro qualquer. “Analisei a questão da bolsa de estudos e percebi que teria ainda mais benefícios. Assumi aquela profissão com toda vontade mesmo.” Preconceito, ele conta que sofreu apenas por parte de alguns antigos colegas de trabalho, mas sabia quais eram os seus objetivos – batalhar e estudar. “Trabalho desde os 16 anos e com certeza aquele foi o melhor emprego que eu tive na minha vida”, afirma.

Desenvolvimento gradativo – Monteiro era aluno do curso de Administração de Empresas, quando participou de uma seleção interna para atuar no departamento de Comunicação Visual da Metodista. Ele conta que, antes mesmo de ter o resultado do processo seletivo, gostava de ajudar e se oferecia voluntariamente para trabalhar no setor.

Em um ano, Monteiro mudou de área e começou a trabalhar com a montagem e fabricação de banners, a produção de materiais institucionais e de cartazes para divulgações no campus. Mas foi em 2006 que passou a conviver com os alunos. “Os professores davam atividades para montar peças publicitárias, de merchandising. Como alguns estudantes não tinham tanta habilidade com os materiais e processos, passei a orientá-los”, diz.

Foi então que surgiu um convite para dar uma aula para a turma, ação que acabou se tornando rotina. Na sequência, Monteiro recebeu um convite para ministrar o curso de Marketing à distância, como professor tutor voluntário. Para aproveitar a oportunidade, resolveu cursar pós-graduação em Marketing, em 2008, também com bolsa de estudos integral.

No mesmo ano, deixou de ser voluntário e foi contratado como professor auxiliar de Ensino Superior. Como docente, ele pretende dar um passo maior, tornado-se professor temático (que dá aulas em uma área específica). Para isso, já está planejando um mestrado em Administração de Empresas, em 2012.

“Teve uma época, quando eu dava treinamentos em merchandising, que me interessei pela docência. Então já existia uma vontade de virar professor. Foi muito legal como, ao longo de um processo, consegui alcançar meus objetivos."

sexta-feira, 6 de julho de 2012

Por que a geração y tem tanta dificuldade para argumentar?

Por Fabíola Lago, Community Manager do Monster Brasil.

Tive o prazer de assistir pela primeira vez ao programa Conexão 4 x 4, em sua segunda edição, veiculado pelo ClickCarreira. Rico em experiências e expectativas de jovens talentos e gestores de RH, o que me chamou a atenção foi à observação da mediadora do evento, Sofia Esteves, presidente da DMRH, ao final do programa, dizendo que um dos maiores problemas dos jovens nos processos seletivos era a falta de capacidade argumentativa em dinâmicas e entrevistas.

Refleti, pensei nos jovens com quem convivo no trabalho, amigos e parentes e me parece que a observação da especialista tem todo fundamento. Mas por que essa geração tem dificuldade para argumentar, defender suas ideias com acesso a tanta informação? Lembrei-me da excelente palestra que Sidnei Oliveira fez no Monster, e de seus livros sobre a geração Y. Uma geração formada pelo vídeo game nativa da web e com uma incrível capacidade de inserção nas novas tecnologias. Bingo!

Ao longo dos últimos 20 anos, assisti e vivi como jornalista a redução drástica dos textos. É preciso comunicar rápido. Nos blogs, a recomendação é de quatro parágrafos e se possível muitos bullets. Dar dicas. Nas redes sociais, no Twitter, a informação tem que ser veloz e aqui não vai nenhuma critica. Participo da blogosfera, gosto e trabalho com mídias sociais e acho um cenário maravilhoso de troca de informação em todos os âmbitos. O “Meio é a mensagem”, já teria previsto tio McLuhan décadas atrás. 

Ganhamos volume, mas perdemos um pouco da profundidade. Lemos muito menos literatura, a produção cinematográfica é criada para atingir um público de 13 a 35 anos (oi?). Os filmes “adultos” ou de “arte” ganham cada vez menos espaço. E a capacidade de argumentação vem justamente da experiência da complexidade, da riqueza da linguagem, dos sentimentos humanos. É nesse mergulho de palavras, de narrativas que vão “Além do Bem e do Mal”, para citar outro autor maravilhoso, Nietzsche, que estão às pecinhas que vão acrescentar nossos argumentos, nossas crenças, nossos valores, dar um tempero à nossa individualidade, em tudo o que fazemos e na forma como nos relacionamos com o outro. Nossa marca.

Assisti várias palestras de Carlos Faccina no CONARH, que é o maior congresso de RH da América Latina, executivo que fez uma carreira brilhante na Nestlé como diretor de RH e hoje possui sua própria consultoria, a Intuitiva Business (o nome já diz tudo!). Apesar de uma experiência fascinante no ambiente corporativo, Faccina fala em suas apresentações sobre a importância da emoção, da sensibilidade, de exercer sua vida profissional com paixão. Todo mundo chora.

Lista sempre os livros que não podemos deixar de ler para melhorar a performance como gestores de pessoas: Guimarães Rosa, Gilberto Freyre, Machado de Assis, Fernando Pessoa e uma série de autores de obras clássicas da literatura. Em sua experiência, afirma que melhores gestores são melhores pessoas, atentas à profundidade humana. São aquelas capazes de sentir o outro, compreendê-lo em toda sua riqueza e complexidade.

Então #ficaadica. Nessas férias, não exclua o prazer de estar nas redes sociais. Mas guarde umas horinhas para mergulhar de cabeça em alguns grandes romances clássicos, suspirar, fechar um livro no meio para poder pensar no sofrimento ou a conquista daquele personagem. Mergulhe na humanidade dessas obras. Sem perceber, estará esculpindo aquilo que o fará autêntico e apaixonado pelas suas ideias. E com melhor capacidade de sustentar os próprios argumentos. Um humano diferenciado. Boa leitura!

quinta-feira, 5 de julho de 2012

Veja as 20 empresas que mais atraem a geração Y

O Linkedin elaborou um ranking com as empresas que mais atraem os jovens da geração Y. Para isso, a rede social analisou o comportamento dos jovens na procura de emprego, as empresas que eles seguem e as visitas nas páginas de empresas e perfis de participantes.
Em primeiro lugar, aparece a Natura, seguida da Totvs e da Abril. Aparecem ainda a Braskem, Grupo RBS, GVT, Suzano Papel e Celulose, UOL, MRV Engenharia e Gafisa.
Mundo
O estudo também analisou o comportamento global dos jovens. No mundo, a empresa que mais atrai este tipo de profissional é Google. Accenture fica em segundo lugar e a Microsoft em terceiro. Confira abaixo o ranking completo:

Fonte: InfoMoney

terça-feira, 3 de julho de 2012

Talentos são disputados pelas empresas. Como tornar-se um?

Waleska Farias
Afinal, quem são as pessoas consideradas talentos? É oportuno ilustrar que talento - vocação ou dom - é por convenção o nome que se dá a habilidades diversas, as quais podem ser inatas ou desenvolvidas. Talento é uma competência que imprime um diferencial pela maestria com que é exercida. É o que faz a pessoa ir além do compromisso assumido para desempenhar no “melhor de si” seus roteiros de ação.

Convencionalmente, talentos são os profissionais disputados pelo mercado de trabalho por ter um diferencial competitivo, cujo valor agregado tem impacto direto na entrega dos resultados, e aos quais são reservados cargos de maior destaque, responsabilidade e salários.

Há uma grande expectativa das empresas quanto ao perfil desse talento e para tornar-se um, não existe uma fórmula mágica, mas a adoção de alguns conceitos pode ajudar e muito. Aproveite as dicas e faça uma avaliação das suas aptidões:

Autoconhecimento - É condição sine qua non que o mesmo conheça a si mesmo, através de seus pontos fortes e fracos, e tenha total controle de suas emoções para não tornar-se refém de suas próprias reações. Investir no autoconhecimento é retorno garantido.
Team-building - Talentos são vistos como referenciais nas organizações, mas um profissional não consegue promover resultados e superar expectativas sem a ajuda de outras pessoas. Portanto, interagir bem em equipe e construir alianças nas células de trabalho são condições determinantes.

Rede de Relacionamentos - No modo individual você pode até ir mais rápido, mas não chegará tão longe. È importante desenvolver uma rede de relacionamento consistente. Estar visível, fortalecer laços e consolidar posições ajuda a ser lembrado.

Habilidades sociais - É oportuno que os talentos sejam mestres no trato das relações interpessoais, devendo sempre lembrar de que as posições se intercalam. Um dia você pode prestar ajuda, enquanto no outro precisará ser ajudado.

Atualização constante - É necessário que haja um investimento contínuo no processo de aprendizagem. O perfil de um talento, na avaliação das empresas, vai além das chancelas acadêmicas e qualificações técnicas. É preciso, também, investir na formação de valores e padrões de condutas.

Valores - O único modo de imprimir longevidade a sua marca pessoal é conquistando a credibilidade das pessoas e que seu posicionamento configure os conceitos de ética e respeito nas suas relações. Na expressão walk the talk, que a sua fala esteja sempre em convergência com suas ações.
Humildade nobre - É necessário que haja muito equilíbrio para que o profissional não se deixe tomar pela arrogância ao pretender ser insubstituível. Lembrando Da Vinci: “A simplicidade é o último grau de sofisticação”.

Empreendedorismo – As empresas esperam que seus talentos tenham perfil empreendedor: saibam tomar decisões, assumir riscos, ter iniciativa, buscar novas possibilidades e mantenham uma conduta exemplar junto aos demais colaboradores.

Imagem virtual – Nas redes sociais, não basta participar, é essencial saber se portar. Tudo o que você comentar, apoiar ou reproduzir nas redes sociais, dada a percepção das pessoas, poderá depor contra ou a favor de si mesmo e da sua empresa.

Planejamento – Organização, disciplina e determinação. Esse é o caminho mais seguro para transformar seus objetivos em conquistas. Alinhe o que você quer a quem você é. Sem coerência entre os objetivos, os mesmos podem tornar-se irrealizáveis.

Convergência de propósitos - É fundamental identificar se o posicionamento da empresa é convergente com seu plano de carreira. Avalie se seus conhecimentos e aptidões atendem às demandas e expectativas da empresa e aprimore-os nesse sentido.

E por fim, Aprenda a registrar conquistas - Aqueles que não conseguem reconhecer seus próprios méritos, também terão dificuldade de reconhecer e recompensar o esforço do outro.