Claudia Gasparini
Muito bem, você é jovem e
está diante de uma página em branco que precisa se transformar em um currículo.
|
© image/jpeg Currículo |
A dúvida virá mais cedo ou mais tarde: o que incluir na
seção “experiências profissionais” se você não tem (quase) nenhuma? E como
evitar a tentação de preencher espaço com detalhes desnecessários sobre o único estágio que você fez na vida?
Esse tipo de preocupação é natural e extremamente
comum entre profissionais em início de carreira, afirma Luís Abdalla, diretor
da empresa Seja Trainee.
Após escutar experiências e analisar currículos de
pessoas entre 18 e 28 anos, ele percebeu um padrão comum de comportamento. “A
maioria não reconhece suas vivências iniciais como úteis para o mercado de
trabalho”, explica. “Com isso, acabam omitindo conteúdos interessantes dos
próprios CVs”.
Abdalla diz que o jovem precisa abrir a cabeça na
hora de montar seu “cartão de visitas” para o recrutador. “Qualquer
experiência bem vivida pode trazer desenvolvimento e evolução e, se esse for o
caso, pode aparecer no currículo”, diz ele.
Ao contrário do que muita gente pensa, mencionar um
“bico” como vendedor em uma loja durante a semana do Natal, por exemplo, é
válido sim. Desde que você tenha aprendido algo com uma experiência, ela é
bem-vinda no documento.
Para Tiago Mavichian, diretor da Companhia de
Estágios, há diversas formas de exibir o seu potencial em um currículo
apesar da falta de experiências profissionais. Uma delas é falar sobre
trabalhos voluntários, por exemplo.
“Quem trabalha com voluntariado muitas vezes
aprende a ser um ‘faz-tudo’, porque precisa se envolver em
múltiplas frentes de trabalho”, afirma. “As empresas hoje valorizam essa
versatilidade e desejam pessoas capazes de se dedicar a uma causa em que
realmente acreditam”.
Outra forma de chamar a atenção do mercado apesar
da sua inexperiência é apostar na sua própria educação. Ao investir em
aulas, palestras, oficinas e quaisquer outras formas de qualificação, você
passa o recado de que não fica parado e está interessado em progredir na
profissão que escolheu.
Esse tipo de “recheio” será muito bem-vindo em
seções do currículo como “Cursos complementares” e “Idiomas e informática”.
Também vale falar sobre projetos acadêmicos feitos
na faculdade. Mesmo que você não tenha feito iniciação científica, diz
Mavichian, é interessante mencionar trabalhos que exigiram grandes doses
de dedicação e competências como liderança e resiliência.
Para não deixar nada de interessante de fora do seu
currículo, a dica principal é fazer uma reflexão profunda sobre quais foram as
vivências mais marcantes da sua vida até agora. Pouco importa se aconteceram na
faculdade, numa ONG, no seu bairro ou mesmo na sua vida pessoal. “Pense em três
ou quatro projetos que guiam a sua vida, e procure contar no seu currículo o
que você fez até agora para alcançá-los”, orienta Abdalla.
Confira a seguir um modelo de currículo perfeito
para quem tem pouca experiência, elaborado com base nas contribuições de
Abdalla e Mavichian.
Basta clicar no link abaixo e fazer o download do
arquivo: